Rio Grande do Sul recebe primeiro lote de antídoto para intoxicação por metanol

Rio Grande do Sul recebe primeiro lote de antídoto para intoxicação por metanol

Foto: Rafael Nascimento/MS

O Rio Grande do Sul recebeu nesta sexta-feira (10) o primeiro lote do antídoto fomepizol, utilizado no tratamento de intoxicações por metanol – substância tóxica que pode estar presente em bebidas alcoólicas adulteradas. Até o final da tarde de quinta-feira (9), o Estado havia registrado um caso confirmado de intoxicação por metanol, em um homem residente de Porto Alegre, que consumiu bebida alcoólica durante viagem a São Paulo. Outros seis casos suspeitos seguem em investigação nos municípios de Bento Gonçalves, Torres, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Viamão e Porto Alegre – este último envolvendo um paciente residente de Roraima. 

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O envio foi realizado pelo Ministério da Saúde como parte de uma ação emergencial para enfrentar os casos registrados em diversas regiões do país. Ao todo, foram entregues 80 ampolas do medicamento a Secretaria Estadual da Saúde (SES), que serão estocadas no Centro de Informação Toxicológica (CIT), que atua como referência estadual em casos de intoxicação. 

A SES reforça que o centro está disponível pelo telefone 0800 721 3000 e deve ser acionado imediatamente pelos serviços de saúde após a identificação de casos suspeitos, para orientação especializada e apoio no manejo clínico imediato, conforme o fluxograma de atendimento. Se necessário, e conforme avaliação técnica, a SES fará o envio do medicamento até o local onde está ocorrendo o atendimento. 

Os médicos do CIT irão realizar uma avaliação criteriosa de cada caso. Teremos um veículo da secretaria à disposição para fazer o medicamento chegar ao interior ou aonde mais for necessário, o mais rapidamente possível – informou a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri. 

Como o antídoto age?

O fomepizol é considerado um medicamento raro e de alto custo, sendo utilizado em casos graves de intoxicação por metanol. A chegada do medicamento ao Brasil foi viabilizada por meio de uma negociação internacional com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Além do fomepizol, o Sistema Único de Saúde (SUS) já conta com o etanol farmacêutico como alternativa de tratamento, administrado ainda na suspeita de intoxicação. O antídoto para os casos de intoxicação por metanol vem em ampolas de 1,5 mL, contendo 1 g/mL da substância ativa. O medicamento atua bloqueando uma enzima do fígado chamada álcool desidrogenase, responsável por transformar o metanol em uma substância extremamente tóxica: o ácido fórmico. 

Essa transformação é o que provoca os efeitos mais graves da intoxicação, como cegueira, danos ao cérebro e até a morte. Ao impedir essa reação química, o fomepizol evita que o metanol se torne perigoso, permitindo que o corpo elimine a substância de forma segura

Foto: Guga Stefanello/Ascom SES

Sintomas

Os principais sintomas de intoxicação por metanol podem surgir entre seis e 72 horas após a ingestão e incluem: 

  • dor abdominal
  • alterações na visão (como visão embaçada ou turva)
  • confusão mental 
  • náusea

Esses sinais podem ser confundidos com os de uma ressaca comum, o que dificulta a identificação precoce. Por isso, ao chegar ao serviço de saúde, é essencial informar: 

  • que houve consumo de bebida alcoólica
  • o contexto em que ocorreu (por exemplo, festa, bar, evento)
  • o tipo de bebida ingerida
  • se havia ou não rótulo na embalagem
  • e o horário aproximado da ingestão

Como identificar se a bebida é segura?

Para evitar o risco de intoxicação, é importante observar alguns sinais que indicam se a bebida pode ser falsificada ou adulterada: 

  • Tampa e lacre: evite produtos com lacre rompido, amassado ou sem selo de controle (como o selo do IPI). 
  • Líquido: desconfie de bebidas com cor estranha, presença de resíduos ou nível de enchimento irregular. 
  • Rótulo: atenção a erros de grafia, impressão de baixa qualidade, desalinhamento ou ausência de informações em português. 
  • Preço: se estiver muito abaixo do valor normalmente praticado, desconfie. 
  • Local de compra: prefira estabelecimentos regularizados e exija sempre a nota fiscal. 

*com informações da SES e Ministério da Saúde

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