saúde mental

Profissionais de diferentes áreas comentam sobre alguns estigmas de suas carreiras

18.319

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Reprodução

Você já sofreu preconceito devido à profissão que exerce? Ou, quem sabe, ouviu conceitos errados a respeito da área em que atua? Se essas e outras questões são recorrentes na sua rotina, saiba que não está sozinho.

No Faz Sentido do último domingo, a jornalista Fabiana Sparremberger e o psicólogo Carlos Eduardo Seixas, o Cadu, abordaram o assunto de maneira leve, clara e objetiva. Afinal, ambas profissões dos apresentadores são "recheadas" de estigmas. Confira algumas questões abordadas no programa.

A maneira como a profissão é vista pode impactar na saúde mental do trabalhador? Em primeiro lugar, precisamos identificar a nossa identidade pessoal e profissional. É importante distinguir as duas, porque não saber separá-las impacta na saúde mental. Ver a profissão como um rótulo pode gerar um tipo de crise de ansiedade. Há uma diferença na maneira com que os outros me enxergam, e que, geralmente é a partir da profissão, do modo como eu me vejo como indivíduo.

E quando dizem que a nossa profissão é apenas um passatempo? Vários profissionais passam por isso, principalmente os artistas. Muitos jovens passam por atritos familiares quando se decidem pelas áreas ditas não convencionais ou não rentáveis. Só que, na verdade, a realidade não é essa. Há muitos artistas que ganham muito bem.

E quantos aos rótulos? Quando assumimos um rótulo, absorvemos uma série de características que não são nossas. O interessante é ter segurança em saber quem é.

Como separar o "eu" pessoal do profissional? Nosso comportamento deve ser conforme lugar, ambiente e grupo. Se estou entre familiares, sou eu irmão, filho, primo... Entre amigos, sou o amigo. Tem pessoas que se vestem tanto da profissão que já não são mais nem reconhecidos como pessoas. Somos o mesmo em qualquer lugar, no entanto, reações e respostas são diferentes, e isso não é problema. Muitas vezes assumimos características de uma profissão, mas não os sentimentos em relação a ela.

Por que as pessoas se importam com tudo o que dizem a respeito de suas profissões? Em primeiro lugar porque algumas opiniões não são condizentes à realidade e, querendo ou não, nos importamos, sim. É irreal pensar que não consideramos a opinião alheia, isto está no nosso DNA. No entanto, é importante escolher a quem dar ouvidos.

Julgar a profissão alheia também é preconceito? Com certeza, independentemente de vir da família, amigos, colegas ou "de fora". Falamos hoje em estigmas. Ou seja, uma marca que algo ou alguém carrega, como uma cicatriz. E todos sabem que cicatriz vem a partir de uma ruptura, dor, perda.

Como vencer esse tipo de preconceito? Sabendo se posicionar, e isto só é possível ao termos bem claro qual é o conceito correto da situação abordada.

Como lidar com os questionamentos da profissão? As pessoas hoje, por terem mais autonomia, vão atrás de respostas de todas as formas e, com isso, correm o risco de adotar posturas de leigos e rejeitar os especialistas. É aí que, mais uma vez, reforçamos a questão de conhecer e defender que tipo de profissional você é.

É importante ser leal à profissão? Com certeza. Se a gente tem consciência de que acreditamos no que escolhemos, é importante se identificar e ter orgulho do que se faz. Nossa profissão vai impactar no nosso jeito de agir e de se comportar. O autoconhecimento com a nossa profissão impacta o nosso jeito de agir.

Profissionais comentam alguns estigmas de suas profissões

Não somos perfeitos. Somos seres humanos. As pessoas acham que psicólogo tem que estar sempre bem ou que os nossos filhos não erram nunca. Ah, e nas rodas de amigos é comum ouvir: "e tu que é psicólogo? - Patrick Camargo, psicólogo

Um dos rótulos da nossa profissão é ser chamado de 'doutor'. Isso é complicado quando não se tem doutorado ou quando remete que o advogado é superior aos outros - Giorgio Forgiarini, advogado

Geralmente, somos chamados de fofoqueiros, principalmente por sermos colunistas. Logo vem aquele comentário de que não devemos dar opinião, mas informações - Claudemir Pereira, jornalista

Hoje em dia, as pessoas consultam no Google para confirmar nosso diagnóstico ou receituário de medicação. Muitas chegam no consultório e discutem com o médico, visto que já conversaram com os amigos ou leram sobre a doença na internet - Eduardo Rolim, médico

Minha profissão passou a ser a minha identidade. Antes de dizer que sou brasileiro, gremista ou colorado, digo que sou professor  - Orlando Fonseca, professor

Muitas pessoas relacionam nossa profissão com algo "bélico", que se baseia nos embates. Chegam a dizer que "advogado bom é advogado bom de briga". Vinculam a humanização do advogado ao que veem nas telinhas, em filmes com júri. O grande trunfo da advocacia hoje é a inteligência emocional na construção de pontes de diálogo, diferente da briga propriamente dita - Juliane Korb, advogada

A gente entra na profissão para transformar o mundo, mesmo que seja em casa, na rua ou no bairro. Recebemos vários rótulos. Ao fazer a cobertura de um acidente de trânsito, por exemplo, somos chamados de urubus, como se gostássemos de cobrir tragédias e dar notícias ruins. Ou, então, convivemos com aquela velha frase: "tu que é jornalista e sabe tudo". Tenho 25 anos de profissão e costumo me apresentar sempre pela profissão, e não pelo cargo de diretora de Jornalismo. É pelo orgulho imenso que sinto da missão - Fabiana Sparremberger, jornalista

Quando eu fiz Psicologia, a profissão era atribuída às mulheres. Hoje, isso já mudou. Em Santa Maria, por exemplo, a nossa atividade ganhou muito mais notoriedade e respeito. A necessidade de se buscar um profissional de Psicologia ficou mais forte depois da Kiss e com a pandemia. É importante destacar que não somos milagreiros, somos seres humanos como qualquer outro e não temos todas as respostas - Cadu Seixas, psicólogo

Uma das coisas que sempre dizem é que quando nos tornamos professoras de Educação Física, queremos ser treinadores, e, quando vamos para a área da orientação educacional, é para nos envolver na vida dos nossos alunos. Quanto a rótulos, fiquei conhecida como a "Tia da Moto", visto que era com a minha motocicleta que eu ia para todas as minhas atividades, principalmente nas ações de combate à evasão escolar. Para mim, isso se tornou carinhoso - Luci Duartes, professora e vereadora

Para muitas pessoas, o artista plástico é considerado uma pessoa que não tem uma profissão definida. Mas, na verdade, nossa tarefa exige comprometimento, disciplina, horários definidos. Precisamos de 99% de transpiração é 1% de inspiração. Tem que trabalhar muito para conseguir uma notoriedade - Marília Chartune, artista plástica

NAS REDES SOCIAIS

52% do público responderam que "sim", que já sofreram preconceito relacionado às áreas em que atuam. Junto a isso, 85% já ouviram comentários maldosos devido à profissão que exercem. 

PROGRAMA FAZ SENTIDO

  • Quando - Domingo, das 11h ao meio-dia
  • Tema - Os conceitos e as fases do luto são alguns dos temas abordados no programa deste domingo
  • Como acompanhar - Pela CDN, 93.5 FM, e pela TV Diário, nos canais 26 e 526 da NET, no YouTube da TV Diário e site do Diário
  • Apresentadores - Jornalista Luisa Neves (interina) e psicólogo Carlos Eduardo Seixas

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Calendário tem ação de aplicação de dose reforço e segunda dose em atraso nesta semana Anterior

Calendário tem ação de aplicação de dose reforço e segunda dose em atraso nesta semana

Próximo

VÍDEO: vacinação ocorre sem transtornos no Clube Dores

Saúde