Foto: Nathália Schneider (Diário)
Um dos principais desafios enfrentado nos hospitais públicos é o chamado absenteísmo ambulatorial – quando um paciente não comparece ao atendimento agendado. No Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), de janeiro a agosto desse ano, um total de 19.897 pessoas não compareceram.
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Ou seja, 82 pacientes por dia, o equivalente a 12,4% do total de atendimentos do semestre. O número impressiona, pois corresponde a população inteira dos municípios de São Pedro do Sul e Dilermando de Aguiar ou ainda das cidades de Faxinal do Soturno e Restinga Seca, na 4ª Colônia.
A ausência para o atendimento marcado atrasa o acesso de quem aguarda na fila de espera o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para reduzir esse percentual de absenteísmo, o Setor de Contratualização e Regulação do hospital universitário solicita aos pacientes para que atualizem seu cadastro (endereço e telefone).
Os dados devem ser informados na Secretaria Municipal de Saúde do município onde moram e/ou na Central de Agendamento do Husm. E, também, sempre que não for possível o comparecimento à consultas, exames, internações e/ou procedimentos, que seja comunicado a ausência, a fim de proporcionar o agendamento de outro paciente que possa comparecer.
– O telefone atualizado é indispensável para que possamos entrar em contato com o paciente e realizar atualizações acerca de alterações de datas e orientações. Caso esse paciente necessite de internação, o endereço atualizado contribui no processo de faturamento hospitalar, quando o Estado repassa recursos ao hospital pelo serviço prestado – explica Helder Souza, chefe da Unidade de Contratualização.
A ausência às consultas, exames, procedimentos e tratamentos agendados resulta ainda em prejuízos para o serviço público.
– Quando o paciente não vem, a equipe médica e assistencial fica mobilizada e deixa de atender outro paciente, que estava aguardando na fila e não foi chamado porque não havia vaga. Além disso, com duas faltas consecutivas ao atendimento marcado o paciente perde o vínculo com o hospital e retorna para a Rede Básica – afirma Gustavo Benetti, chefe da Unidade de Regulação Assistencial.
O paciente agendado que deixou de comparecer ao hospital também sofre com a descontinuidade do cuidado, atraso no diagnóstico e no tratamento adequado. Irá enfrentar ainda o aumento do tempo de espera para o próximo atendimento e a procura por caminhos alternativos como a automedicação, que pode levar ao agravo do estado de saúde e provocar a lotação dos serviços de urgência e emergência.
*Com informações do Husm.