Casa de Saúde ganha leitos de retaguarda

Uma conquista deve resolver ou pelo menos amenizar alguns dos problemas da área da saúde em Santa Maria, principalmente no que diz respeito à superlotação do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), do Pronto-Socorro do Bairro Patronato (PA) e da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Bairro Perpétuo Socorro.

Desde o começo do ano, a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) buscava uma alternativa para o problema nas urgências e emergências. Por mês, o Estado disponibiliza 40 leitos para pacientes dos 32 municípios de abrangência da 4ª CRS, porém, antes, nenhum era em Santa Maria, o que dificultava a transferência dos pacientes para os hospitais da região.

A administração do Hospital Casa de Saúde foi procurada pelo delegado da 4ª CRS , Roberto Schorn, para aderir ao programa. O hospital precisou habilitar esses leitos extras por meio de reconhecimento de uma resolução do governo do Estado e, a partir de agora, foram abertos 16 leitos na cidade. Conforme o coordenador da 4ª CRS, os leitos de retaguarda são para aqueles pacientes que estão aguardando alta do Husm e que têm condições clínicas de poder ser transferido para outro hospital até a sua alta definitiva.

- Tem muito paciente no Husm que fica lá tomando antibiótico e fica internado ocupando o leito. Um exemplo é aquele paciente que está pronto para ir para casa, mas não pode ir. É um paciente intermediário, que precisa de cuidados paliativos, como tomar antibiótico, por exemplo, até concluir o tratamento. No dia 16 de novembro, fizemos uma abertura simbólica na unidade - explica o coordenador da 4ª CRS.

MUDANÇAS

Os pacientes serão direcionados das urgências e emergências para os leitos de retaguarda por meio de uma Central de Regulação do Estado. Ainda de acordo com Schorn, a intenção disso não é criar nova demanda, mas sim reduzir a superlotação. É o Estado quem vai arcar com as despesas. O valor da diária é de R$ 170 para o período de 10 dias, mas o paciente ficará o tempo que for necessário.

Segundo o administrador da Casa de Saúde, Rogério Carvalho, em 2016, o local não tinha leito para habilitar pelo SUS. Mas, em maio deste ano, liberou os leitos que não estavam sendo usados na Unidade Santa Clara para que fossem de retaguarda. Dos 16 leitos, 12 estão ocupados desde a inauguração.

- Quando abriu a habilitação dos leitos de retaguarda, a gente não tinha a unidade pronta, pois estava sendo reformada. A unidade ficou pronta, e oferecemos para o Estado os leitos que não estavam sendo utilizados. Vamos receber os pacientes que devem estar em um hospital, mas estão superlotando as emergências. Para ter o serviço, contratamos mais gente. Pela primeira vez, a Casa de Saúde passa a ter plantão médico - explica Carvalho.

Ainda conforme o administrador, os leitos possuem recurso de uma verba específica, que a Secretaria de Saúde garantiu que não irá atrasar. Com o valor recebido pelos leitos os profissionais que foram contratados serão pagos.