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'Temos a sensação de que a gente está perdendo a guerra', diz diretor do Hospital de Caridade

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Foto: Anselmo Cunha (Diário)
Diretor do Hospital de Caridade, Luis Gustavo Thomé

Com leitos lotados e hospital a beira do colapso, o diretor técnico do Hospital de Caridade, Luis Gustavo Thomé, desabafou sobre a situação do coronavírus em Santa Maria. Em entrevista coletiva na manhã de sexta-feira, o diretor comunicou que o hospital não receberá mais pacientes de fora do município, além do reagendar cirurgias eletivas. As medidas são emergenciais para conter a superlotação das unidades Covid e não Covid.

Hospital de Caridade está com leitos lotados e não receberá pacientes de fora

- Neste momento, a gente está fazendo todo o esforço, e estamos conseguindo, ainda, solucionar. Pelo o que a gente está imaginando e vendo, nós temos a sensação de que a gente está perdendo a guerra. Nós hoje somos bombardeados pelo número grande de pacientes que estão nos procurando, e as nossas armas são finitas. Nossos leitos são finitos. Nossos equipamentos são finitos. Os nossos funcionários, médicos, também estão em um ponto de esgotamento - disse Thomé, com a voz embargada.

O problema da Covid atinge também as demais alas do hospitais. Todos os 31 leitos de UTI destinados para tratamento de Covid estão ocupados. Mas outros 10 leitos da UTI neurológica também estão na mesma situação, e 19 dos 20 leitos da UTI Geral também atendem pacientes, o que inviabiliza remanejamentos internos.

- Nós estamos tendo problemas aqui em cima também (ala não Covid). A gente faz um esforço total para que as outras doenças não sejam comprometidas - relata.

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Durante a manhã, representantes do Hospital de Caridade estiveram reunidos com demais hospitais que atendem planos de saúde no município. Participaram os diretores técnicos do Hospital Geral do Exército, Hospital da Brigada e Unimed.

- O momento que se apresenta hoje, temos que analisar e ver de que forma a gente pode dar um norte para a população - disse Thomé.

Ainda não foram anunciadas quais medidas as demais instituições vão tomar. Ainda não foram anunciadas quais medidas as demais instituições vão tomar. Em outros momentos da pandemia, o São Francisco disponibilizou cinco leitos de UTI para receber pacientes não Covid da rede privada. Agora, todos os 10 podem ser utilizados para transferência de acordo com a ocupação que já se tem. No momento, seis estão ocupados. Portanto, quatro estão disponíveis. Se os 10 estivessem livres, todos estariam à disposição.

SANTA MARIA
A cidade tem apenas um leito de UTI Covid disponível, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). As 30 unidades intensivas do Hospital Regional (exclusivo para a Covid-19) estão lotadas. O Hospital de Caridade, único privado que tem UTI Covid, tem 31 leitos deste tipo. Além desses, todas as UTIs estão ocupadas conforme o hospital.

O boletim epidemiológico da prefeitura aponta 16.804 casos na cidade, dos quais 15.602 são considerados recuperados. Isso representa 92% do total. O número de óbitos é 235, sendo que seis foram registrados a partir da última segunda-feira.

O QUE DIZ A PREFEITURA
O Diário procurou o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) para saber como a prefeitura está lidando com a lotação dos leitos e se medidas mais restritivas devem ser adotadas. De acordo com Pozzobom, o Executivo não foi convidado a participar da reunião dos hospitais privados, realizada pela manhã, mas acompanha com preocupação a ocupação dos leitos de UTI. A prefeitura vai seguir as medidas determinadas pelo governo do Estado, que anuncia nesta sexta mais uma classificação de bandeiras no Modelo de Distanciamento Controlado.

*Colaborou Felipe Backes

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