VÍDEO: Contra pacote do governo, Polícia Civil faz paralisação e só atende casos graves

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Foto: Polícia Civil (Divulgação)

Nesta quarta e quinta-feira, a Polícia Civil está com atividades paralisadas em todo o Estado. A mobilização é contra o pacote proposto pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que pretende alterar o plano de carreira e aposentadoria dos funcionários públicos estaduais. A paralisação iniciou às 8h de hoje e se estenderá até as 18h de amanhã. 

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Durante a mobilização, serão atendidas somente ocorrências policiais de Maria da Penha com pedido de medidas protetivas, ocorrências envolvendo crianças, homicídios, estupros, prisões e furto/roubo de veículos. Não serão procedidas diligências externas como intimações, buscas e levantamento de locais. A orientação também é para que não haja circulação de viaturas nas ruas.

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Em Santa Maria, a concentração ocorre em frente à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), na Rua dos Andradas. Os servidores devem permanecer durante todo o dia no local conversando com a população que passa por lá sobre os motivos da paralisação.

- É próprio de alguns partidos culpar o servidor público, já tivemos isso nos governos anteriores e agora. Não queremos aumento de salário, queremos que nossos direitos conseguidos ao longo de décadas sejam respeitados. É uma questão de segurança pública - disse Sandra Azevedo, comissária aposentada e representante regional da União Gaúcha dos Escrivães, Inspetores, Investigadores, Rádio-telegrafistas e Mecânicos policiais (UGEIRM).

Um dos pontos que atingem em cheio a categoria é o fim das datas fixas das promoções periódicas. Com o pacote apresentado pelo governador Eduardo Leite, as promoções somente ocorrerão quando o governo quiser, podendo o servidor se aposentar sem que o Estado tenha procedido com nenhuma promoção.

- Hoje existe um decreto lei em que tem de haver promoções duas vezes ao ano. Nesse pacote, o governador quer retirar isso. As promoções vão ocorrer pela vontade do gestor, sem poder aumentar o crescimento vegetativo da folha. Isso significa que não vai mais haver promoção. O servidor sem promoção continua trabalhando até a aposentadoria compulsória, aos 70 anos. A população vai ter policiais trabalhando na rua com 70 anos - declara Sandra.

Outros dois pontos analisados e considerados como ameaça à aposentadoria dos policiais é a redução salarial a partir do aumento na alíquota de contribuição, diminuindo, assim, o valor dos vencimentos líquidos, e o aumento da idade e tempo de contribuição, o que acabaria com a diferenciação de aposentadorias entre homens e mulheres.

O fim da paridade e da integralidade e a retirada dos dependentes do IPE Saúde também são vistas como um retrocesso.

- Filhos de servidores não teriam mais direito ao IPE, só o servidor público, e ainda haveria reajuste anual da contribuição, assim como existe nos planos privados. Então, conforme vai aumentando a idade do servidor público, vai aumentando o valor que ele tem que pagar para ser beneficiado, e o salário diminuindo mais - explica a representante sindical. 

Nesta quinta, às 13h30min, haverá um ato unificado de servidores público em frente ao Palácio Piratini em Porto Alegre. No dia 26 de novembro, uma marcha unificada entre os órgãos de segurança pública deve ser realizada, também na capital, juntamente com uma assembleia do sindicato. A categoria não descarta a possibilidade de greve. 

*Colaborou Janaína Wille