Justiça

Testemunhas de um dos processos do Caso Kiss são ouvidas em Santa Maria

Camila Gonçalves

Foram ouvidas, na manhã desta quarta-feira, duas testemunhas do processo cível que investiga a conduta de quatro bombeiros na fiscalização da boate Kiss em Santa Maria. Em janeiro de 2013, 242 jovens morreram e mais de 600 ficaram feridos em um incêndio na casa noturna. As audiências ocorreram na 4ª Vara Cível de Santa Maria. O processo que apura improbidade administrativa por parte dos membros da corporação corre desde 2013.

A primeira audiência foi por videoconferência, para ouvir o subcomandante do 1º Batalhão de Bombeiro Militar (Porto Alegre) Luiz Carlos Neves Soares Jr. A testemunha foi indicada pelo advogado de um dos réus, o coronel da reserva Daniel da Silva Adriano. Soares Jr. também foi chefe de Prevenção de Incêndio do 5º Comando Regional dos Bombeiros (5º CRB), com sede em Caxias do Sul. A segunda testemunha foi a engenheira civil Elisabeth Trindade Moreira, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS).

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As testemunhas foram questionadas pela juíza Traudeli Iung, que conduzia a sessão, pela promotora Jocelaine Pains e pelos advogados de defesa. Para o vice-presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio da Silva, Elizabeth era uma das testemunhas mais importantes do processo. Segundo ele, o depoimento trouxe elementos importantes para a decisão da magistrada. Ele também acredita que a apuração do processo poderá respingar nas demais ações envolvendo o incêndio da boate.

 - Ela sustentou o que vinha dizendo em outros depoimentos na CPI (na Câmara de Vereadores de Santa Maria) e na Justiça Militar e também frisou a omissão da prefeitura que deveria fiscalizar, não fiscalizou e mesmo assim liberou os alvarás. Ficou clara a responsabilidade dos bombeiros no fato, ao confiar a liberação de alvarás com base no software (Sistema Integrado de Gestão de Prevenção de Incêndio - Sigpi), menosprezando a portaria 064 que ditava as normas técnicas de prevenção contra incêndios - contou Silva.

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Além de Daniel, que era chefe da seção de Prevenção a Incêndio do Comando Regional dos Bombeiros de Santa Maria, o capitão Alex da Rocha Camillo, ex-chefe do mesmo departamento, também é réu no processo. Respondem ainda pela acusação o coronel da reserva Altair de Freitas Cunha e o tenente-coronel da reserva Moisés da Silva Fuchs, que foram comandantes regionais dos bombeiros em Santa Maria.

De acordo com informações da 4ª Vara Cível de Santa Maria, estas são as últimas testemunhas inquiridas pelo processo. A justiça ainda aguarda o CD com o depoimento de uma testemunha ouvida por videoconferência em Santa Cruz do Sul. A partir daí, serão transcritos os depoimentos presenciais e aberto o prazo de impugnação do material pelas partes. Só depois a juíza profere a sentença sobre o caso.

O Diário tentou contato com o advogado de Daniel, Luiz Carlos Ferreira, mas não conseguiu contato com ele.

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