Foto: Josué Emidio (Governo de São Paulo)
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e integrantes da Segurança Pública fizeram balanço da Operação Escudo na manhã desta segunda-feira
Pelo menos 10 pessoas foram mortas no fim de semana em operação da Polícia Militar (PM) de São Paulo em busca do assassino do soldado santa-mariense Patrick Bastos Reis, 30 anos. O governo de São Paulo confirmou oito mortes, mas a Ouvidora de Polícias informou o número maior de vítimas durante a Operação Escudo em Guarujá, no litoral paulista.
Reis integrava as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) e foi morto por um atirador durante patrulha, na última quinta-feira, sem ter chance de se defender. O governador Tarcísio Freitas avaliou que não houve excesso da força policial na ocasião.
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Ao todo, 10 pessoas foram presas durante a operação. No domingo, o suposto atirador, identificado como Erickson David da Silva, foi preso e levado até a delegacia por policiais da Rota, informou o governador. A arma usada no disparo contra o soldado ainda não foi encontrada. A confirmação da autoria do crime pelo suspeito que foi preso, segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, foi feita por provas testemunhais dos outros indivíduos presos.
— A gente tem uma polícia extremamente profissional que sabe usar exatamente a força na medida que ela tem que ser usada. Não houve hostilidade, não houve excesso, houve uma atuação profissional que resultou em prisões e nós vamos continuar com as operações — afirmou o governador em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, 31.
Freitas disse que a polícia "deu uma grande demonstração de profissionalismo" nas operações realizadas no final de semana na Baixada Santista e na região da Cracolândia, na capital, em que 15 pessoas foram detidas.
— Não vamos deixar passar impune agressão a policial. Não é possível que o bandido, que o crime possa agredir um policial e sair impunemente, então vamos investigar, vamos prender, vamos apresentar à Justiça, e vamos levar ao banco dos réus. Foi isso exatamente que foi feito neste fim de semana. Estou extremamente satisfeito com a ação da polícia — disse o governador.
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Em relação ao alto número de mortos na operação, Freitas alegou que a polícia reagiu. Segundo ele, os suspeitos que se entregaram à polícia foram presos e apresentados à Justiça.
— A gente não quer de maneira nenhuma o confronto, agora também não vai tolerar a agressão, porque a polícia reage e ela vai reagir para repelir a ameaça acrescentou.
Apesar das prisões, o governo informou que a Operação Escudo vai durar por, no mínimo, 30 dias com o objetivo de combater o crime organizado na Baixada Santista. Há previsão de instalação de uma unidade da Polícia Militar em fevereiro de 2024 com aumento real de efetivo, e não remanejamento de tropas no Estado.
TORTURA
O governo paulista recebeu denúncias de torturas por parte dos policiais durante a prisão dos suspeitos. Um dos mortos teria marcas de queimadura de cigarro. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que também participou da coletiva de ontem, afirmou que são "narrativas" e que tais informações não chegaram oficialmente para o governo.
Dos oito mortos, apenas quatro foram identificados. Segundo o secretário, esses quatro têm antecedentes criminais, mas não informou quais eram os crimes.
O PM Patrick Reis foi sepultado na última sexta-feira no Cemitério da Rota, na capital São Paulo, onde residia atualmente. A família tentou trazer o corpo para Santa Maria, mas não conseguiu. Ele deixa esposa e um filho de 2 anos.