Foto: Mateus Ferreira (Diário)
O comércio da região central de Santa Maria enfrenta uma crescente onda de furtos e arrombamentos que deixa os lojistas preocupados e clamando por medidas de segurança mais robustas. A incidência de crimes tem gerado prejuízos significativos, principalmente na Rua do Acampamento, destacando a necessidade urgente de um reforço no policiamento nas ruas da região.
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Em conversa com alguns proprietários de lojas, eles expressaram suas frustrações diante da frequência dos furtos, que vão desde pequenos itens até produtos de maior valor. Alguns comerciantes relatam prejuízos financeiros substanciais e afirmam que esses incidentes afetam não apenas seus negócios, mas também a sensação de segurança dos clientes. O gerente comercial Vladimir Machado Teixeira, 52 anos, fala com tristeza da sensação que é vivenciada no comercio de Santa Maria.
– Infelizmente tem uma falta grande de policiamento no centro, principalmente aqui na acampamento a gente não vê a policia circulando. É raro ver algum agente aqui pela rua, e tem muitos ladrões que andam furtando nas lojas, tanto durante o dia como a noite em que ocorrem os arrombamentos. Na filial que eu gerencio já sofremos dois arrombamentos que ocorreram no mês de dezembro de 2023 que resultou num prejuízo em torno de R$ 20 mil e também tivemos uma tentativa de arrombamento onde foram detidos dois meliantes, que infelizmente a gente soube que eles não ficaram presos – declara o gerente comercial da filial das lojas Colombo que está localizada na esquina da Acampamento com a Astrogildo de Azevedo.
Vladimir cobra a presença policial na rua, e com preocupação fala sobre vivenciar todos os dias a rotina de trabalho na loja.
– Aqui no centro a gente vive com essa sensação de insegurança e eles aproveitam, circulam de dia nas lojas tentando praticar pequenos furtos e a noite a gente sofre com os arrombamentos, é difícil esse cenário para o nosso comércio, completa o gerente comercial.
Outro comerciante que conversou com a reportagem do Diário foi o gerente de uma das filiais da Magazine Luiza, Tiago Medeiros, 40 anos. Ele não esconde a preocupação e disse que a questão toda com relação a furtos ocorre em toda a rua do acampamento.
– Vários comerciantes sofrem com essa falta de segurança, a gente inclusive tem um grupo no whatsapp para se comunicar. Já pedimos até uma reunião com os representantes da segurança pública para tratar esse tema e mesmo assim seguem os roubos. A segurança é complicada e a gente não vê muito policiamento durante o dia, sabemos que é complicado dar conta de todo o parâmetro da rua, mas é muito difícil trabalhar aqui com essa sensação de insegurança – diz o gerente.
A reportagem buscou a posição das autoridades locais, que reconheceram à problemática e afirmaram estar empenhadas em encontrar soluções eficazes. Medidas como aumento do patrulhamento e implementação de estratégias de prevenção estão sendo discutidas, visando reverter à tendência preocupante.
O Tenente-Coronel, Marcus Giovani Mello da Silva, Comandante do 1º RPMon de Santa Maria afirmou que a Brigada Militar (BM) tem concentrado uma atenção forte e eficaz na Rua do Acampamento.
Inclusive dados da Brigada Militar foram apresentados mostrando o trabalho executado no centro da cidade em 2023 e na Rua do Acampamento 33 ocorrências foram registradas. Sendo considerado que o município de Santa Maria possui mais de seis mil estabelecimentos comerciais, conforme fonte do Sindilojas, esse número de ocorrências é baixo e reforça um pedido do Comandante.
– É importante que todo o comerciante que sofrer com furto ou tentativa de furto faça o registro da ocorrência, esses dados são importantes para a corporação ter um conhecimento de todas as incidências que ocorrem na área central e empregar as equipes determinando os horários e locais que mais preocupam os comerciantes. O registro policial também auxilia a Polícia Civil, que é nossa parceira direcionando uma investigação – declara o Comandante.
O tenente-coronel Marcus Giovani ainda reforça as ações da Brigada Militar destacando o trabalho conjunto que ocorre com as demais forças de segurança, como a Guarda Municipal.
– Já fizemos duas reuniões, uma delas com o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública de Santa Maria (Ciosp), e outra junto a prefeitura, com a presença de representantes das lojas da acampamento e da Guarda Municipal. Nesse encontro mostramos nosso trabalho, como a gente faz um diagnostico diário com informações das ocorrências registradas e também através das informações colhidas pela inteligência da Brigada Militar. A partir dai, com base nessa analise criminal nos dados tabulados nos empregamos nosso efetivo na área central de Santa Maria buscando dar uma resposta positiva para a comunidade – completa o Comandante.
A Guarda Municipal, através do Superintendente Santo Cordeiro também reforça que tem atuado de forma eficaz na área central da cidade:
– Nós nunca deixamos de atender o centro de Santa Maria, principalmente a rua do acampamento, até pela proximidade com a Praça Saldanha Marinho. A Guarda segue executando esse trabalho de fiscalização. Inclusive ouve um reforço na equipe da Guarda Municipal no período que compreendeu o final de ano, quando houve uma extensão no horário de funcionamento do comércio e era preciso garantir a segurança de lojistas e da comunidade.
O Superintendente explica também que em números atuais, a equipe conta com 113 agentes. A Guarda Municipal efetua as trocas de equipe sempre garantindo a presença de agentes 24 horas por dia.
– Sabemos que é difícil a gente estar em todos os lugares, mas nossos agentes estão sempre pelas ruas de Santa Maria. Existe a cobrança dos comerciantes que querem mais segurança, exigem mais exposição da guarda, mas a gente segue atuante em nosso município – diz Santo Cordeiro.
De acordo com dados fornecidos pela Guarda Municipal, referentes ao final de 2023, no mês de dezembro, do dia 1º até o dia 31 foram registradas 592 atuações das equipes da guarda na praça, dessas 158 foram atendimentos de ocorrência com sinistro que envolve: briga de faca, assalto a mão armada, furto de celular, entre outros.
Apesar dos dados encaminhados pelos dois órgãos de segurança, mostrando os trabalhos e uma resposta para os comerciantes. Os empresários clamam por uma presença policial cada vez mais intensiva, acreditando que isso dissuadiria potenciais criminosos e traria tranquilidade aos lojistas e frequentadores do centro da cidade. A comunidade comercial central de Santa Maria clama por ações concretas das autoridades para garantir a segurança e proteger a vitalidade econômica da região.
Registros de furtos na área central
Em menos de um mês, um estabelecimento comercial foi alvo de arrombamento quatro vezes. Localizado na Rua Floriano Peixoto, a última ocorrência foi registrada por volta das 3h de domingo (28), quando o alarme da loja disparou.
Conforme a ocorrência, o proprietário, que não estava na cidade ao perceber o disparo do alarme, acionou a gerente para que fosse averiguar o que havia ocorrido. Ao chegar no local, a mulher constatou que o depósito do estabelecimento havia sido invadido pelo telhado. Devido ao grande número de itens, não foi possível, no momento, constatar o que havia sido levado.
O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) e será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria.
Outro registro de arrombamento e furto ocorreu no Calçadão de Santa Maria. No dia 15 de Janeiro, um homem invadiu uma joalheria e levou itens de prata e ouro, como pulseiras, brincos e correntes, avaliados em R$ 10 mil.
No dia do crime as câmeras de monitoramento flagraram toda a açãodo criminoso que ainda não foi localizado. A Polícia Civil (PC), investiga os dois casos.
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