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Foto: reprodução
Vídeo da agressão se espalhou pela internet e causou indignação
A polícia de Porto Alegre (RS) investiga a morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, após espancamento por dois seguranças de uma loja do supermercado Carrefour localizada no bairro Passo d´Areia, na zona norte da cidade.
Vídeos que mostram o espancamento em frente à loja e a tentativa de socorristas de salvarem o homem, conhecido como Beto, circulam nas redes sociais desde a noite desta quinta-feira e provocam a mobilização de ativistas contra o racismo.
Beto morreu às vésperas do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta sexta-feira em referência à morte de Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares, localizado entre Alagoas e Pernambuco.
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"Ainda nas primeiras horas dessa data, estamos falando sobre mais um episódio brutal de racismo e de novo no Carrefour. De 20 de novembro a 20 de novembro e todos os dias, a estrutura racista deste país nos trás brutalidade como regra", reagiu Raull Santiago, ativista e fundador da Agência Brecha.
Segundo informações do site GaúchaZH, o espancamento aconteceu após uma briga da vítima com uma funcionária do supermercado. Ela chamou os seguranças, que levaram Beto para fora e teriam espancado o homem até a morte. Um dos envolvidos seria um PM temporrário.
O QUE DIZ O MERCADO
O Carrefour, por meio de sua assessoria de imprensa, definiu a morte como brutal e anunciou que romperá o contrato com a empresa responsável pelos seguranças. Informou também que vai demitir o funcionário responsável pela loja na hora do ocorrido.
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"O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso", diz nota divulgada pelo supermercado. "Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário".
A assessoria não deu detalhes sobre o período em que a loja permanecerá fechada.
Os dois homens acusados de agressão foram presos em flagrante por homicídio. A polícia passou a madrugada ouvindo testemunhas do espancamento e morte.
Antes do espancamento e morte na loja de Porto Alegre, o Carrefour havia anunciado para esta sexta-feira o lançamento de um manifesto pela diversidade. O material aborda a inclusão de pessoas de diferentes raças, identidades de gênero, orientações sexuais e crenças.
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Em agosto deste ano, a reação à morte de um representante de vendas em uma loja da rede de supermercados em Recife (PE) provocou críticas. O supermercado continuou a funcionar e o corpo do homem foi encoberto com guarda-sóis, tapumes e fardos de cerveja.
Na ocasião, o Carrefour disse que foi um erro não fechar a loja imediatamente.
O episódio foi o segundo a ter forte repercussão em redes sociais envolvendo a rede varejista. Em 2018, a morte da cadela Manchinha, vítima de agressão em uma loja do Carrefour em Osasco (Grande São Paulo), gerou protestos em frente à loja e uma investigação policial.
O QUE DIZ A BM
A Brigada Militar informou, em nota oficial, que assim que foi acionada atendeu o caso e prendeu todos os envolvidos, incluindo um PM temporário que não estava em horário de serviço. Ele será investigado no âmbito policial também. Confira a nota na íntegra:
"Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei.
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Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos.
A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral."
GOVERNADOR LAMENTOU
O governador Eduardo Leite (PSDB) lamentou o episódio. Ele gravou um vídeo onde diz que nos próximos dias a Polícia Civil deve inaugurar uma delegacia para investigar todos tipos de intolerância. A previsão de inauguração é em 10 de dezembro.
- Infelizmente, neste dia que deveríamos celebrar essas políticas públicas, nos deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou a morte um negro em um mercado na Capital - lamentou o governador.
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O vídeo foi gravado ao lado de Nadine Anflor, chefe da Polícia Civil, e pelo comandante da Brigada Militar, Rodrigo Mohr Picon. O governador garantiu que todas investigações sobre o caso estão acontecendo e que um inquérito foi apresentado por homicídio triplamente qualificado.
Nadine disse que duas pessoas foram presas e outras duas são investigadas. A Polícia Civil também lançou uma cartilha sobre crimes de intolerância na data de hoje.