Foto: Vitória Parise
A intervenção administrativa no hospital da Santa Casa de Caridade de São Gabriel, iniciada no começo de outubro após decisão judicial, já apresenta as primeiras ações para estabilizar o atendimento e reorganizar a gestão da instituição.
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Nesta quinta-feira (30), o prefeito Lucas Menezes (União) e a interventora designada pelo município, Josiane Gabriel, em coletiva, apresentaram um balanço das medidas adotadas nas primeiras semanas de trabalho.
A intervenção ocorreu após um agravamento da crise financeira, que incluía atrasos salariais e risco de paralisação nos atendimentos. No final de setembro, 28 médicos comunicaram a intenção de deixar a instituição por falta de pagamento, o que levou o Ministério Público a ingressar com uma ação judicial. O Judiciário determinou o afastamento da antiga gestão e o compartilhamento administrativo entre Estado e município, com acompanhamento judicial.
No balanço, a equipe interventora informou que já garantiu o pagamento parcial dos salários atrasados e realizou repactuações de contratos essenciais, como o fornecimento de oxigênio. A nova administração também iniciou a reorganização dos setores internos, com a criação de uma área destinada ao controle de contas médicas e revisão de despesas.
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O levantamento preliminar aponta passivo superior a R$ 60 milhões, incluindo dívidas com fornecedores e folhas salariais em atraso desde junho. A prefeitura explicou que segue buscando alternativas de financiamento para manter os serviços, entre elas a tratativa de novo convênio com o sistema de saúde do Exército (Fusex), ainda em análise.
Mesmo diante do cenário financeiro, os atendimentos seguem funcionando, conforme destacou o prefeito Lucas Menezes, que atribuiu a continuidade à atuação das equipes do hospital. A Comissão de Intervenção e os órgãos de controle devem receber relatórios periódicos com informações sobre a execução das ações e o andamento da recuperação financeira da instituição.
A intervenção tem prazo inicial de 120 dias, podendo ser prorrogada conforme avaliação judicial. Durante esse período, permanecem sob responsabilidade dos gestores interventores a administração financeira e a execução das medidas para continuidade dos serviços hospitalares ofertados à população.