Foi entregue ao Ministério Público, nesta quinta-feira, o inquérito sobre o abuso sexual e os maus-tratos a uma menina surda de 18 anos em Santa Maria.
O casal suspeito do crime foi preso preventivamente na sexta-feira passada. O homem de 36 anos, que atua como serviços gerais, é padrasto da jovem. Segundo relato da vítima à delegada Débora Dias, titular da Delegacia de Polícia para a Mulher, ele a estuprava desde que ela tinha 12 anos, pouco tempo depois de a mãe da garota morrer. Ele foi indiciado por homicídio qualificado tentado (porque tem o vírus HIV e não teria usado camisinha nas relações sexuais com a vítima), estupro de vulnerável, estupro e lesão corporal qualificada.
A mulher, uma dona de casa de 26 anos, teria participado das agressões à vítima, chegando a feri-la com um alicate. Segundo a delegada Débora, a mulher não teria praticado os estupros, porém, teria sido omissa em relação a eles. Ela foi indiciada por estupro de vulnerável, estupro e lesão corporal qualificada.
Como o padrasto, ela assumiu um compromisso de cuidado e vigilância em relação à vítima, pois era a companheira da pessoa que tinha a guarda legal da vítima afirma a delegada.
O inquérito conta com declarações de várias testemunhas, entre elas, de professores da vítima que a levaram até a delegacia porque ela estava com marcas de agressões. Uma intérprete de libras e uma psicóloga ajudaram no caso, já que a menina não fala nem ouve. A jovem chegou a fazer desenhos, que foram incluídos no inquérito, para explicar que, quando os estupros teriam começado, toda a família vivia em uma casa com um único cômodo.
Em 2004, o mesmo suspeito já havia sido condenado por abuso contra dois sobrinhos.
Mesmo assim, ele ficou com a guarda da menina quando a mãe dela morreu lamenta a delegada.
No depoimento à polícia, o casal negou o crime. A jovem foi encaminhada para uma casa de passagem até que sejam encontrados familiares com quem ela possa viver.
O homem está preso na Penitenciária Regional de Santa Maria (Pesm), e a mulher foi para o Presídio Regional.
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