caso gabriela

'Minha esperança é que desperte de um sonho ruim' diz companheiro de jovem morta

18.398

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Arquivo Pessoal 

"Eu não acredito ainda. A minha esperança é que eu desperte de um sonho ruim". Essas foram algumas das palavras de Luis Eduardo Bittencourt, 31 anos, viúvo da jovem Gabriela Dalenogare Cogo, 25 anos, morta a tiros na noite do último sábado. Ele recebeu a reportagem do Bei nesta terça-feira e contou, ainda bastante abalado, como o crime aconteceu. O casal estava em casa, na Rua Violeta, no Bairro Noal, em Santa Maria, após mais um dia de trabalho. Gabriela era atendente de farmácia e Eduardo, como é chamado, é mecânico de suspensões de automóveis.


Após morarem por um tempo com os pais de Eduardo, o casal teria o primeiro dia sozinho em sua casa. Os pais de Eduardo se mudaram no sábado para uma casa no outro lado da rua, quase em frente à residência em que moravam. O mecânico conta que Gabriela trabalhou até às 20h30min e, ao chegar em casa, só pensava em montar os móveis que havia comprado para a residência do casal. O cunhado de Gabriela, a namorada dele e um casal de amigos teriam convidado a jovem e Eduardo para irem jantar fora, mas o casal preferiu ficar em casa e começar a colocar as coisas no lugar.

- Amor, o que tu achas da gente ir comer um xis? - perguntou Eduardo.

Jovem é preso após ameaçar a própria mãe com um facão

Gabriela teria respondido que não queria ir e que preferia ficar em casa para montar os móveis. Foi aí então que o irmão do mecânico, o amigo e as companheiras saíram para jantar fora, mas decidiram levar comida para o casal. 

- Eram umas nove e pouco e eles chegaram e ela foi recebê-los. Ela abriu uma fresta do portão para eles entrarem. Eu estava aqui apertando a mangueira do botijão do gás quando eu escutei os tiros e uns gritos e corri para cá. Eu saí aqui, o meu irmão arrancou o portão fora e ela veio aqui assim, com a mão no braço, e me disse: "Meu braço amor, meu braço. Acertou meu braço, e não deu tempo de nada". Eles colocaram ela para dentro da caminhonete e fomos para o PA (Pronto Atendimento) e a colocamos na maca. Veio o médico e disse: "Não tem mais o que fazer", contou Eduardo, ainda muito abalado.

Emocionado, o companheiro da vítima falava de como eram os momentos do casal, das brincadeiras, do companheirismo e da vida a dois. Segundo ele, os dois não eram muito de sair, gostavam mesmo era de ficar em casa e curtir os amigos. Ele conta que ambos faziam planos para as festas de fim de ano. 

- Nós íamos viajar. Queríamos passar o Natal na casa do pai dela. Eu vou pra lá. Quero passar o Natal com ele - disse Eduardo, referindo-se à família de Gabriela, que reside em Nova Esperança do Sul.

ROJÕES OU BOMBINHAS
Eduardo negou que o assassinato da companheira tivesse ligação com rojões ou bombinhas ou ainda que Gabriela tivesse discutido com o suspeito por causa do barulho e do seu cachorro. 

- Aqui não aconteceu nada sobre cachorro. Ela trabalhou até quase nove horas e eu tinha acabado de chegar - afirmou Eduardo.

JUSTIÇA E MEDO PELA VIDA
Sem saber o que fazer, Eduardo ainda não conseguiu trabalhar desde o dia do crime. Ao ser questionado sobre como pretende tocar a vida e o que espera que seja feito, ele pede justiça.

- Como eu vou voltar a trabalhar agora? Ela está morta. O cara está solto! Como eu fico? Eu trabalho aqui, eu moro aqui! Como vou trabalhar? Como vou receber um cliente aqui? Eu espero que a justiça seja feita! Eu estou largando tudo nas mãos de Deus. Tem que ter esperança. Eu sou uma pessoa do bem, ela era uma pessoa do bem. Nunca tivemos briga com ninguém. A gente fica com medo, né? Daqui a pouco a gente não sabe o que pode acontecer. Espero que a justiça seja feita, porque uma pessoa dessas aí não pode estar solta! Não tem porque estar solta - desabafou Eduardo.

SUSPEITO SE APRESENTA, MAS NÃO É OUVIDO 
 O homem suspeito de matar Gabriela Dalenogare Cogo se apresentou na manhã desta terça-feira, junto ao advogado, na Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Santa Maria. Contudo, o investigado não foi ouvido e acabou indo embora sem prestar depoimento.

De acordo com o delegado Gabriel Zanella, titular da DPHPP, como o investigado se apresentou sem contato prévio, foi pedido que ele aguardasse na delegacia. Zanella estava em outras diligências que já haviam sido combinadas previamente, inclusive de um homicídio que aconteceu também nesta manhã na cidade. 

Com isso, no final da manhã, o suspeito e o advogado foram embora e até o final do dia ainda não haviam entrado em contato novamente com a delegacia. Em função disso, o investigado não foi ouvido para dar sua versão do caso. 

A polícia pediu um mandado de prisão do suspeito, mas até o final da tarde desta terça, não havia sido decretado pela Justiça. 

Na segunda-feira, policiais civis foram até o local do crime, na Rua Violeta, no Bairro Noal, para entender como tudo aconteceu. Pelo menos cinco testemunhas do crime já foram ouvidas. 

De acordo com o delegado, o suspeito de ser o autor dos disparos já teria problemas de relacionamento com os vizinhos. 

IMAGENS DE CÂMERAS
O suspeito de ser o autor do crime mora próximo da casa da vítima e foi flagrado pelas câmeras de segurança efetuando vários disparos de arma de fogo enquanto passava em frente à residência, na Rua Violeta. Um dos disparos acabou atingindo Gabriela, que não resistiu ao ferimento. Ela era natural de Nova Esperança do Sul, onde foi sepultada no domingo.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Terceiro apenado que fugiu do Presídio Regional é recapturado

Próximo

Suspeito de matar jovem no Bairro Noal se apresenta, mas não é ouvido

Polícia/Segurança