Morreu dona de casa Nadir Docki Zago

Fotos: Arquivo Pessoal

Nascida e criada no distrito de Arroio do Só, em Santa Maria, Nadir Docki Zago, 91 anos, passou a infância na localidade de Rincão dos Feios. Desde criança, a idosa já tinha, conforme a família, coragem para enfrentar os percalços que lhe apareciam. Apesar da personalidade forte, Nadir era uma pessoa muito carinhosa e tranquila. 

- Quando a mãe tinha 12 anos, minha avó faleceu, e ela foi levada para o Colégio Franciscano Sant'Anna. Lá, ela teve o apoio de uma irmã que lhe ensinou noções de piano, lembranças que guardou sempre com muito carinho - diz uma das filhas, a professora estadual aposentada Sonia Regina Zago Fernandes, 70 anos.

Quando ingressou no colégio, Nadir foi separada dos irmãos Odete, Tidinha, Edite, Geni, Célia, Cerinei, Bechara e Maria Tereza, a caçula, por quem Nadir tinha um grande apego. Aos 16 anos, ela se casou com Maximiliano Zago. Juntos, os dois tiveram sete filhos: Maria Helena, Renato, Sonia, Fernando, Paulinho, Serginho e Bethy.

- Logo que estávamos em idade de começar os estudos, a mãe e o pai se mudaram para o Bairro Nossa Senhora das Dores, onde ela fez nosso lar e morada por 62 anos. A mãe não mediu esforços para que estudássemos e nos incentivava a nunca desistir - recorda Sonia.

No bairro em que morava, Nadir era muito conhecida pela fé, pela preocupação com o próximo e por sempre ter uma palavra de carinho e conforto, além, é claro, de ajudar instituições carentes e orar por familiares e amigos.

- Em nossa casa, tinha acolhida para todos que precisassem, muita atenção e afeto eram distribuídos pela vó Nadir, que tratava os hóspedes como se fossem filhos. Ela dizia que a residência dela era como o coração que ela tinha, onde sempre havia espaço para mais um - emociona-se a neta Daiana Zago Fagundes Tonoli, 36 anos.

A idosa tinha outros oito netos: Chaiana, Fernanda, Guiliana, Aline, Rodrigo, Roberto, Paulo Renato e Nathalia, e adorava vê-los reunidos na casa dela, quando eram crianças. A turma toda se divertia com mate de leite e recebia o amor da avó, que também tinha duas bisnetas: Alice e Helena.

Aos 80 anos, Nadir costumava fazer muitas excursões para praias e eventos de grupos da terceira idade, acompanhada da irmã Maria Tereza. Quando estava em casa, contava com a companhia da amiga e cuidadora, Jurema da Silveira Holkem, 55 anos. As duas conversavam bastante, sempre com um chimarrão e muita pipoca, que a idosa adorava.

- Ela era como uma mãe para mim. Nós nos conhecíamos há quase quatro anos. Dona Nadir era bem independente, mas eu a acompanhava. Aos finais de tarde, eu preparava um chimarrão e a pipoca. Além disso, sempre fazia uma sopa que ela adorava. Também ficava ouvindo ela ler poemas e notícias para mim - lembra a cuidadora.

Muito vaidosa, Nadir não dispensava o creme no corpo após o banho, um batom e um par de brincos, além de pintar as unhas e se maquiar sempre. Nadir faleceu na madrugada do dia 27 de julho, quando sofreu um mal súbito enquanto dormia, em casa. Ela foi sepultada no mesmo dia, às 17h, no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria.

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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122