Morreu comerciante Clarindo da Silva Severo

Fotos: Arquivo Pessoal

O comerciante Clarindo da Silva Severo, 86 anos, gostava muito da tradição gaúcha. Conforme a família, o idoso não dispensava uma pilcha e um bom baile gaúcho. Fã da gaita, Severo sempre comentava que gaiteiro de verdade deveria valorizar sempre o instrumento. Os grandes ídolos do idoso foram Sergio Rosa, Pedro Ortaça, Família Guedes, Os mirins, Os Serranos e, claro, a filha, a cantora Analise Severo, 43. Além dela, o comerciante também era pai de Denise, 60, Ângela, 50, Carina, 38, Fernanda, 35, e Clarissa Severo, 33.

O idoso foi casado por quatro décadas com Gelcy Santos de Mello, falecida há 24 anos. Os dois eram muito companheiros e protetores das cinco filhas. Severo também adorava estar perto dos netos Patrícia, 31 anos, Bruna, 27, Lorenzo, 13, Geovana, 11, Lara e Isabela, 7, e Murilo, 4. Muito amoroso com todos, Severo não dispensava uma boa brincadeira com as filhas e os netos. Nos bailes gaúchos, o idoso não parava quieto e, conforme a família, era um dançarino nato. Vaneira e vaneirão eram os ritmos preferidos dele.

- O pai era muito espirituoso. Onde estava, conquistava as pessoas ao redor. O seu Clarindo foi um grande pai, um homem muito apegado a todas as filhas - recorda Analise.

Além dos netos, Severo tinha como xodós os bisnetos Joaquim, 4 anos, e Eduardo, 4 meses. Ele adorava brincar com os meninos.

Ainda segundo a família, o idoso, que também era apaixonado pelos animais, realizou o grande sonho que tinha na vida: conhecer a praia. Ainda de acordo com os familiares, ele adorou o passeio.

Por 30 anos, Severo foi comerciante no chamado Açougue do Tigre.

- Meu avô era dono da Estância do Minuano, e o tio adquiriu a paixão pelo trabalho em razão das charqueadas que a gente tinha na propriedade. O tio era fora do comum. Quando éramos pequenos, íamos todos para a chácara que eletinha e, lá, brincávamos, andávamos a cavalo, ajudávamos ele com a lida do campo. Como ele só teve filhas mulheres, os sobrinhos eram como filhos para ele. Era muito apegado com todos e tinha orgulho das filhas e de nós - diz o administrador de empresas Jorge Severo Smidt, 55 anos.

O sobrinho recorda, ainda, que o tio ensinou a ele lições que carregará para toda a vida: ter caráter, honestidade e ética, batalhar pelo que quer e, acima de tudo, ser uma pessoa muito simples.

Descrito como alguém otimista, alegre, solidário, bondoso e incentivador, Severo adorava fazer amigos e cultivava os que já havia conquistado. O passatempo favorito dele era lidar com a natureza e cuidar dos animais que tinha.

Nas horas livres, Severo tinha por costume ouvir músicas e passear, além de cultivar uma horta e pescar. Torcedor do Grêmio, o idoso acompanhava o time pelo rádio e pela televisão.

Severo ficou internado por 21 dias no Hospital da Cauzzo e morreu em 8 de junho, de causas naturais. Ele foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Santa Rita, em Santa Maria.

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