data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Campo e cidade se cruzam no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon. É lá que fica a maior horta comunitária de Santa Maria. A Horta Comunitária Agroecológica Neidi Vaz existe há cinco anos e é fonte de parte da alimentação de quase 20 famílias no bairro. Agora, a expectativa é por aumentar a área e passar a produzir adubo no próprio local.
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O projeto começou em 2016 por iniciativa da Associação de Moradores Dom Ivo Lorscheiter (Amordil). Na época, a área de aproximadamente 1.500 m² era utilizada como depósito irregular de lixo. Por vontade dos moradores do residencial, a primeira semente foi plantada.
- Quando assumimos, tínhamos o trabalho de capoeira e uma parte com ervas medicinais. Era uma troca de saberes com o pessoal. Disso, tiramos o anseio de plantar em algum lugar e ter uma horta. Nossa primeira ação, junto da nossa saudosa Neidi Vaz, que era vice-presidente, foi fazer a horta comunitária - lembra o presidente da Amordil, Luiz Antônio Loreto, 48 anos, conhecido como Mestre Militar.
Apesar do receio de parte da comunidade no começo, a horta nasceu e avançou. Logo no início, um dos aliados do projeto foi o Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Juarez Felisberto, zootecnista e técnico da UFSM, ocupava o cargo de presidente do Conselho de Segurança Alimentar de Santa Maria (Consea-SM) em 2016. Quando soube da ideia, ele fez a ponte entre a comunidade e a universidade.
- A gente já trazia essa discussão e com essa proposta. Aqui era um solo que não era próprio. Entraram várias parcerias, e construímos uma câmara temática de agricultura urbana e periurbana. Tirando uma experiência pioneira na Estação dos Ventos, que não se deu continuidade, essa foi a primeira horta caracterizada como agroecológica comunitária - diz.
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EXPANSÃO
Hoje, cerca de 20 famílias têm canteiros e mantêm diversas culturas na horta. São hortaliças e temperos. Além disso, há uma agrofloresta e uma área de pomar. A intenção de Militar é expandir ainda mais nas demais áreas disponíveis da Amordil.
- A horta tem sido uma experiência a cada dia. Sem contar a troca de experiência das pessoas. Estamos tentando agregar mais famílias, aumentar o espaço. Nosso sonho é que toda área vaga seja usada pela horta comunitária. Resolveria muitos problemas. O pessoal tendo opção de plantar alimento saudável para si. A comunidade plantar e consumir - projeta.
Segundo Militar, foi aprovado pelo Conselho Municipal de Defesa de Meio Ambiente de Santa Maria (Condema) o projeto denominado "Compostoca" para que resíduos seja tratados também pela associação. Assim, a produção do adubo seria feita também no mesmo local.
INTEGRAÇÃO
A horta partiu de anseio da comunidade e assim se sustenta. Embora haja voluntários de todas as idades, a maioria é composta por jovens que também participam das rodas de capoeira da Amordil. Um deles é Hugo Cauan Silva Machado, 17 anos. Ele não abandonou o "futebol por brincadeira" na rua, mas prefere dedicar seu tempo com a produção.
- É bom para a saúde. Pegamos uma salada para fazer comida em casa. E (o trabalho) ajuda com o estresse - afirma.
Outra jovem é Gabriela Loreto Figueró, 16 anos. As hortaliças são as que ela mais costuma levar para casa. Entre as atividades, o plantio das mudas é a preferida.
- A horta também ajuda a ter alimentação saudável e ocupa um tempo. Eu gosto de ajudar - conta.
O ganho ambiental é notório, mas Militar também considera a sustentabilidade financeira do projeto. A horta conta com, além de hortaliças, Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs).
- Cada família tem um canteiro. dois, se necessário e tiver espaço. Ela planta e consome, o excedente pode ser vendido. Temos apoio da universidade e voluntários. Também é trabalhada a questão de resíduos. É uma boa alternativa para o pessoal. Na minha família, nunca mais compramos verdura. Pegamos a que está disponível. Outras culturas que não estamos acostumados, tipo ora-pro-nóbis, peixinho - reflete.
OUTRO PROJETO
No Loteamento Cipriano da Rocha, uma horta também reúne a comunidade. Lá, o projeto é conduzido pela ONG Mãos Unidas pelo Cipriano da Rocha. Parte do que é plantado é vendida junto ao projeto Esperança Cooesperança, para arrecadar fundos. A outra parte é doada às pessoas do loteamento no Bairro Pinheiro Machado.