solidariedade

VÍDEO+ FOTOS: bombeiros que foram a Brumadinho contam como foi a missão de resgate

Thays Ceretta

Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Os três bombeiros de Santa Maria que foram na missão (na foto, da esquerda à direita): Vagner Charão Lago, 37, com o cão Logan de 3 anos; Ivan Flores Rosa, 45 anos, e Alex Sandro Teixeira Brum, 40 anos, com cão Guapo

A missão era inédita e foi cumprida após 20 dias de muito trabalho. O desafio era grande e eles foram heróis para muitas famílias que tinham esperança de encerrar um processo de luto. Três bombeiros militares que integram o 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, se deslocaram até Brumadinho (MG), 40 dias após o rompimento da barragem de Mariana, para ajudar na busca dos desaparecidos.

O trabalho deles não seria tão eficiente sem a presença dos cães farejadores, Logan, 3 anos, (cor preta) e Guapo, 5 anos (cor chocolate), treinados para encontrar restos mortais desde os 3 meses de vida. O grupo voltou para Santa Maria na semana passada.  

Ivan Flores Rosa, 45 anos, Alex Sandro Teixeira Brum, 40, e Vagner Charão Lago, 37, deixaram suas famílias para uma tarefa que eles jamais tinham vivido antes na vida profissional. Mesmo sendo treinados para este tipo de ocorrência, eles não imaginavam o que enfrentariam pela dimensão do terreno.

A EXPERIÊNCIA
Passar 20 dias em outro Estado ajudando famílias que eles não conheciam, foi um desafio que ficará marcado na memória de cada um. Para eles, mais uma vez, o binômio homem-cão superou as expectativas e até mesmo a tecnologia. Um serviço que a população pode confiar e sentir orgulho tanto da equipe que levou o nome de Santa Maria para o mundo como dos profissionais que aqui ficaram atendendo a outras demandas. A luta foi diária e a missão cumprida. Veja o relato do que significou essa missão para cada um dos heróis.

  

A MISSÃO
_ Fomos apoiar as frentes na missão específica, fazendo uma caminhada no terreno, escaneando a área e verificando possíveis pontos de odor para encontrar corpos ou segmentos. Em determinados momentos da operação, o terreno estava encharcado, ficamos dias trabalhando com lama acima da barriga, mas houve momentos que conseguimos caminhar no terreno, mesmo com muito dificuldade _ recorda Ivan, 1º tenente.

Por dia, a equipe trabalhava cerca de 12 horas. Nem bem amanhecia, quando por volta das 5h começava a preparação dos cães, dos materiais e do efetivo. Assim que chegavam no local, as frentes de trabalho era distribuídas e o grupo partia para a área de busca. Antes disso, era feito um processo de higienização e depois de descontaminação.

_ A gente parava alguns períodos para hidratar e alimentar os cães e também para o descanso, depois continuávamos com o trabalho. Ficamos alojados em local cedido pelos bombeiros de Minas Gerais, todos bem instalados, tivemos uma ótima recepção_ conta o soldado Lago.

Depois de cada dia de trabalho, os homens e os cães passavam por um processo de descontaminação.

_ Tirávamos o excesso de lama, com água, esponja e produtos químicos, colocávamos a farda em um saco para lavagem e descontaminação, passávamos um creme na pele porque o produto era forte e trocávamos de roupa. Os cães passavam pelo processo de descontaminação, secagem do pelo e passavam por exames de sangue para o médico veterinário atestar se eles podiam seguir o trabalho no outro dia _ explica Brum, 2º sargento.

De acordo com a equipe, o grupo ficou mais tempo que o previsto, porque o trabalho dos animais foi bem positivo. O grande diferencial da missão os cães que superaram as tecnologias e encontraram, corpos e segmentos com mais de 3 metros de profundidade, levando a esperança para as famílias que aguardavam pelas vítimas.

A TRAGÉDIA 
No dia 25 de janeiro deste ano, a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, matando centenas de pessoas e contaminando o Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. Os rejeitos devastaram a área administrativa da mineradora, incluindo o refeitório, onde muitos trabalhadores almoçavam na hora do rompimento. Depois de arrasar a área da Vale, a lama da mineradora atingiu comunidades de Brumadinho, destruindo casas, uma pousada e propriedades rurais. Conforme a Defesa Civil a tragédia vitimou, até o momento 217 mortos identificados, 87 pessoas ainda estão desaparecidas.

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