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Fotos: Marcelo Oliveira (Diário)/
Quem visitou a o tradicional Feirão Colonial neste sábado sentiu que o clima estava diferente. Isso porque os organizadores dividiam duas emoções: a comemoração dos 30 anos de criação do Feirão, e a tristeza ao se despedir da principal liderança do evento, a irmã Lourdes Dill, que fez uma de suas últimas participações antes da transferência para o município de Barra do Corda, no Maranhão. Na cerimônia, ainda foi lançada a 28ª edição da Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), que ocorrerá entre os dias 15 a 17 de julho.
A religiosa dedicou seus 35 anos de atuação na cidade ao projeto Esperança/Cooesperança da Arquidiocese de Santa Maria. Esta atuação foi reconhecida com a estrega da maior honraria que pode ser concedida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a medalha de Mérito Farroupilha, entregue nesta manhã pelo deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), presidente da Assembleia Legislativa. Estiveram presentes na ocasião representantes das instituições locais, deputados, colaboradores e os feirantes, todos emocionados pela partida da irmã.
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Antes da viagem, marcada para o dia 2 de maio, ela ainda fará reuniões de transição com a equipe e deve auxiliar na organização da Feicoop. Nestes últimos dias, Lourdes deve visitar a família e, durante a Semana Santa, fará uma semana de orações para "recompor as forças". Nos últimos dias de abril, ela retorna à cidade para se despedir oficialmente do Feirão no dia 30 de abril, onde pretende retribuir o carinho dos colaboradores em um gesto especial:
- Eu quero dar mil abraços aqui no Feirão, passar em cada banca, abraçar e falar com os consumidores.
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Apesar de não ser o último dia da irmã em Santa Maria, sua falta já é sentida pelos feirantes, que se emocionam ao falar sua trajetória e parceria no incentivo à produção rural. Um dos produtores que participam do Feirão é Sérgio de Melo, que vem de Agudo para comercializar os hortifrútis cultivados por ele e a esposa. Ele conta que quando souberam da transferência de Lourdes para o Maranhão, inicialmente pensavam que se tratava apenas de um plano, que não aconteceria de fato, ou que, ainda, haveria um ano de transição antes da ida definitiva. Agora, eles se sentem apreensivos em seguir o legado de Lourdes, sem ela:
- A irmã é uma pessoa diferenciada, ela fala "nós" organizamos, mas a gente sabe que não é bem assim. Ela é quem tem um carisma diferenciado dos demais. Ela vai deixar saudade, nós já estamos com saudade, e esperamos que em grupo conseguiremos tocar o barco - afirma o agricultor.
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Emocionado, o deputado Valdeci Oliveira (PT) relata que muito do conhecimento que tem sobre a economia solidária e as vivências dos produtores ele adquiriu ao lado da irmã, junto ao Feirão:
- Essa minha emoção é o reconhecimento por alguém que dedicou a sua vida a um projeto que poucos fazem, um projeto dos mais humildes, dos mais simples e daqueles que, muitas vezes, não tem vozes. Mas tenho certeza que para onde ela vai, vai espalhar saúde, solidariedade e levar esse amor, carinho e dedicação missionária que ela tem.
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O Feirão da Economia Solidária ocorre aos sábados, no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, no Bairro Medianeira. Nestes 30 anos, o evento se tornou referência na América Latina como organização de Economia Solidária. Seu funcionamento se dá de forma colaborativa, com grupos rurais e urbanos associados ao Projeto Esperança/Cooesperança e consumidores. No local, são vendidos todos os tipos de produtos produzidos pelos feirantes, desde hortifrúti, geleias e pães, até mudas de plantas e verduras, panos de prato e artesanatos.
*Eduarda Costa