Foto: Rian Lacerda (Diário)
A segunda-feira amanheceu diferente para o torcedor de Santa Maria. Após 14 longos anos na Divisão de Acesso, a vitória por 1 a 0 sobre o Veranópolis no domingo recolocou o Inter-SM na elite do futebol gaúcho. Nas ruas do centro da cidade, o sentimento era de euforia e, principalmente, de esperança por dias ainda melhores. Confira no vídeo:
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Para muitos, a ficha ainda está caindo. Para o profissional autônomo Paulo Alves, 40 anos, a confiança no time é a chave para o futuro. Colorado de Porto Alegre e, agora, mais do que nunca, de Santa Maria, ele vê o acesso como um passo natural para uma equipe que vinha bem.
— O que eu tenho para dizer é que eles estão bem no ranking. Eu, como um colorado, sei que ali tem jogador. Agora, só falta nós acreditarmos ainda mais neles. É o Inter! — comemora.
A longa espera de 14 anos foi o ponto central da fala de Adair Antônio Flores D'Avila, 46 anos, que trabalha com serviços gerais. Para ele, o acesso é a chance de Santa Maria, finalmente, conquistar um título de expressão. A principal expectativa, no entanto, é a possibilidade de ver um clássico Gre-Nal no Estádio Presidente Vargas.
— Depois de 14 anos, Santa Maria precisa ser campeã. Ter um título. Eu quero um Gre-Nal no ano que vem, aqui em Santa Maria. Eu quero ver essa disputa — projeta Adair, que garante dividir a torcida: — Tanto lá (em Porto Alegre) quanto aqui, os dois são "Colorado".
O sentimento é compartilhado por Gerson Rogério Bruno de Souza, 45 anos, profissional da área de gesso. A alegria pelo feito histórico vem acompanhada da preocupação com o futuro.
— Foi bom demais. Foram14 anos de espera. Nós precisamos buscar uns atletas bons ali para nós nos mantermos, né? Se manter na Série A. Não só eu como todo o povo de Santa Maria ficou feliz — afirma.
O acesso também promete trazer novos torcedores para a Baixada. Aposentado, Nilson Rosa de Souza, 62 anos, admite não ser um frequentador assíduo do estádio, mas vê na subida para a primeira divisão o motivo que faltava para começar a acompanhar o time de perto.
— Agora vai ter uns jogos bons em Santa Maria para a gente poder vir, aí eu também quero vir dar uma olhada, se Deus quiser. Agora vou começar a frequentar o coloradinho — planeja Nilson.
A empolgação com o Inter-SM na primeira divisão transcende até mesmo as rivalidades. O militar da reserva Menole Fialho, 65 anos, é gremista, mas garante que a torcida pelo time da cidade falará mais alto.
— Eu acho que é tudo de bom para Santa Maria. Apesar da gente ser gremista, tem que torcer pelo time de Santa Maria. A capital é gremista, aqui é Inter de Santa Maria. É ver os melhores times do Rio Grande do Sul jogando com o nosso da cidade — explica. Questionado sobre como ficará a torcida em um eventual confronto contra o Grêmio, ele não hesita: — Aí vai ser ruim, eu vou ter que ficar misto daí.
Para Adriana Couto, 50 anos, a emoção pela conquista da vaga tem um componente ainda mais especial. Mãe de um dos jogadores do clube, ela acompanhou a festa de longe, mas com o coração na Baixada.
— Foi maravilhoso. Meu filho joga lá, no sub-15. Então, para mim, está tudo bem, uma alegria muito grande. Ele foi no estádio olhar, estava com a bandeira, pulando, a festa foi muito linda — conta a cozinheira, que, agora, se vê diante de um dilema para o próximo ano: vestida com a jaqueta do Inter de Porto Alegre, fica o questionamento de como será torcida entre os dois times.
– Ah, agora vai ficar difícil. Vou ter que ficar neutra, para os dois.