Usuários do transporte coletivo relatam indignação com aumento da passagem em Santa Maria

Usuários do transporte coletivo relatam indignação com aumento da passagem em Santa Maria

Vinicius Becker (Diário)

Após o anúncio do prefeito Rodrigo Décimo (PSDB) sobre o aumento da tarifa do transporte coletivo em Santa Maria, o Diário foi às ruas para ouvir quem depende diariamente do serviço. O sentimento mais comum entre os usuários é de indignação. As principais críticas se referem ao valor elevado em relação ao tempo de trajeto, às condições dos veículos e das paradas de ônibus, além do impacto no orçamento mensal com o custo de ir e vir.

Passagem subiu 

Com o novo reajuste, o valor máximo pago em dinheiro chega a R$ 6,50. No cartão vale-transporte e no cartão-cidadão, a tarifa sobe 90 centavos, e passa a custar R$ 5,90. A tarifa de integração – cobrada quando o passageiro utiliza dois ônibus em curto intervalo de tempo – fica em R$ 3,82. Estudantes pagarão R$ 3,25, e na integração, R$ 1,62.


O que dizem os passageiros

Vinicius Becker (Diário)

Na manhã desta terça-feira (1º), o Diário percorreu paradas de ônibus na Região Oeste, uma das áreas com maior demanda pelo transporte coletivo. A situação estrutural dos pontos de embarque segue precária, com estruturas danificadas ou sem qualquer identificação, mesmo após reportagem do Diário há cerca de um mês. Usuários esperam no frio e sem abrigo adequado em um dos dias mais gelados dos últimos cinco anos.


Estefani Ambros Pereira, 23 anos, não utiliza o ônibus para ir ao trabalho, mas relata que sua mãe, Elisete Ambros, 46 anos, sentirá o impacto do reajuste. Ela depende do transporte coletivo pelo menos duas vezes por semana para se deslocar até o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).


– Vai impactar porque a minha mãe utiliza um dia sim, um dia não. Sai tudo do bolso dela. Ela é doente, e tem ônibus que estragam no meio do caminho – relata. 


A servente de limpeza Marilene Costa Soares, 68 anos, também critica o novo valor. Moradora do Bairro Pinheiro Machado, ela afirma que precisa pegar quatro ônibus por dia.

Vinicius Becker (Diário)

– Muito caro. O salário não aumenta, e os ônibus continuam na mesma. Tem ônibus que não dá para andar. É complicado. Não adianta aumentar a passagem e manter o mesmo serviço – afirma.


Para Rosane Vargas Silva, 63 anos, as condições da frota são "péssimas":

Vinicius Becker (Diário)

– Ruim os ônibus, ruim mesmo. E quando enche, é um se esfregando no outro. Nos últimos anos, não vi nenhuma frota nova.


O militar da reserva Emerson Volpato, 52 anos, considera o aumento um absurdo.


– Para mim, é um absurdo. Pelo itinerário, pelas condições que têm os ônibus de Santa Maria, é um absurdo.


O aumento também preocupa estudantes, como aponta Nágila Volpato, esposa de Emerson:


– Quem vai pagar isso é o estudante. É quem mais usa, principalmente em uma cidade universitária como Santa Maria.

Vinicius Becker (Diário)


Nas redes 

Mais de 500 leitores do Diário se posicionaram em nas redes sociais em grande maioria criticando os novos valores das passagem de ônibus em Santa Maria. Confira alguns comentários:

– Tem dias que eu saio 22h do trabalho, tenho que andar 40 minutos de ônibus. Para parar “perto” de casa, tenho que andar mais 10 minutos, às 23h, sozinha para chegar em casa por que não tem um ônibus que passe aqui, ou que não faça uma volta gigantesca. É uma vergonha isso tudo – relata Eduarda Bippi. 

– Como que eu vou pagar esse valor todo? – questiona Bruna Martins Pereira.

– Com esse preço, não vai ter justificativa para estar rodando ônibus sucateados e sem ar condicionado. Devem trocar a frota por ônibus melhores e com ar condicionado, porque é o mínimo que se espera – cobra o leitor Fernando Berleze. 

– Se 4 pessoas vão para o trabalho juntas de aplicativo ou executivo, o valor é muito menos que esses R$ 6,50. Chegam no horário e aquecidos pelo ar quente do veículo – sugere Alessandro Medeiros. 


– Vamos continuar sem licitação, horários atrasados, frota inteira de "cacos". Nós, cidadãos, trabalhadores pagando o preço do descaso, sem falar nos abrigos de ônibus que não existem mais, e tem que tomar chuva, as ruas intransitáveis! Até quando? – questiona Andiele De Lima Vieira Rezende. 


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