
Foto: Rian Lacerda (Diário)
Em mais um amanhecer gelado em Santa Maria, muitos usuários do transporte coletivo sofrem com a ausência de paradas de ônibus, sobretudo em dias frios, quando não há qualquer proteção lateral contra o vento ou a chuva. O Diário circulou por bairros e rodovias da cidade e ouviu relatos de usuários sobre a falta de estrutura nas paradas de ônibus. Confira no vídeo:
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Enquanto a equipe trafegava pela Avenida São Marcelino Champagnat, no Alto da Boa Vista, Bairro Nova Santa Marta, Andressa Martins, 30 anos, aguardava a linha que utiliza há dois anos para ir ao trabalho, onde atua como atendente em um restaurante. No local, não há nenhuma estrutura de parada, tampouco placa indicativa. O relato é de frio intenso e ausência total de abrigo nos dias de chuva.
– É bem complicado em dia de chuva porque não tem onde a gente ficar na parada. Então, é bem difícil para nós. A gente toma até banho de chuva. Ou ficamos em casa esperando o ônibus ou perdemos o transporte – relata.
Em outros trechos do mesmo bairro, a reportagem encontrou a mesma situação com ausência de paradas, sem cobertura e sem qualquer sinalização. Na Avenida Secundária, Maria Oliveira dos Santos, 60 anos, esperava a linha 7 de Dezembro. A parada que ela utiliza há 10 anos, como empregada doméstica, está sem laterais e com apenas a parte superior. Moradora do bairro há 30 anos, ela cobra melhores condições nos dias de frio.
– Dia de frio é horrível aqui, né? A gente passa muito frio. Agora tem essa parada aqui, mas olha, a gente precisava de melhorias aqui, né? Ainda mais quem tem filho na escola. Às vezes eu fico até 40 minutos esperando para pegar a linha de ônibus – afirma.
Na Rua das Laranjeiras, no Bairro Juscelino Kubitschek, onde mora o pedreiro Ricardo Diefenthaler, 63 anos, a situação também não é favorável. A parada, de modelo antigo, não tem encosto, nem proteção lateral ou traseira. Em outros pontos do mesmo bairro, o relato é semelhante: paradas sem qualquer tipo de abrigo contra o frio e a chuva.
Na RSC-287 (Faixa Nova de Camobi), Jaqueline Carvalho, de 56 anos, aguardava o ônibus em direção ao bairro onde mora. Empregada doméstica, ela utiliza o transporte coletivo há seis anos e afirma que, desde então, nunca viu uma parada de ônibus no trevo de acesso à Vila Maringá, Bairro Diácono João Luiz Pozzobon. Moradora do Residencial Zilda Arns, Jaqueline reclama não apenas da ausência de uma estrutura adequada no local, mas também do longo tempo de espera pelos coletivos, especialmente nos finais de semana.
Na região, são poucas as paradas com cobertura. A maioria dos pontos identificados pela reportagem está sinalizada apenas com placas, e mesmo onde há estruturas físicas, há problemas de conservação.
Por meio de nota, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informou que a Faixa Nova de Camobi (RSC-287) deverá ser reformulada, e que o projeto de duplicação da rodovia deve ser concluído no segundo semestre deste ano. Segundo o órgão, o projeto prevê onde serão as paradas, sinalizadas por placas, e que compete à prefeitura de Santa Maria a instalação das estruturas.
Nota do Daer
O Daer informa que Faixa Nova de Camobi, em Santa Maria, deverá ser completamente reformulada. A conclusão do projeto de duplicação da Faixa Nova ocorrerá no segundo semestre deste ano. Posteriormente, o projeto segue para avaliação de sua inclusão no Plano de Obras do Estado.
Nota da prefeitura
Por meio de nota, a prefeitura de Santa Maria informou as ações que serão realizadas. “A prefeitura, por meio da Secretaria de Serviços Públicos, informa que uma equipe da pasta fará vistoria nestes locais. Conforme a necessidade, irá providenciar os consertos necessários”, diz o texto. Os locais mencionados na nota referem-se aos pontos visitados pelo Diário e descritos nesta reportagem.