Foto: Beto Albert/Arquivo Diário
Setembro de 2024 foi marcado por persistente fumaça no céu de Santa Maria
Santa Maria contará, até o fim de 2025, com uma estação automática e contínua de monitoramento da qualidade do ar. A informação foi anunciada pelo governo do Estado na terça (5) e detalhada pela secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, em entrevista ao programa Bom Dia Cidade (CDN 93.5 FM), nesta quinta-feira (7).
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O equipamento integra um investimento de R$ 2,88 milhões por parte do governo estadual, que contratará os serviços da empresa Ambiental RB Comércio e Serviços LTDA, especializada na coleta e análise de dados atmosféricos.
O projeto faz parte da ampliação da Rede Ar do Sul, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), e incluirá também as cidades de Porto Alegre e Caxias do Sul. O contrato foi assinado no último dia 1º de agosto e o prazo máximo para início do monitoramento é de quatro meses.
– A iniciativa tem como objetivo ampliar nossa rede de monitoramento, especialmente em grandes centros. Teremos estações permanentes em Porto Alegre, Caxias e Santa Maria – afirmou a secretária.
A estação que será instalada na cidade ainda não tem local definido. Segundo Marjorie, os estudos de viabilidade técnica começam imediatamente.
– Eles vão avaliar locais com maior acúmulo ou passagem de veículos, onde há mais emissão de poluentes. Também será considerada a infraestrutura de segurança e fornecimento de energia elétrica – explicou.
Contratação
Diferente de modelos anteriores, o governo não fará aquisição direta dos equipamentos. A empresa contratada será responsável pela instalação, manutenção e operação das estações, além da entrega dos dados dentro dos padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
– Esse é um modelo novo. O Estado compra o serviço e obtém o resultado, não os equipamentos. É mais eficiente e mais econômico, com foco na entrega de dados de qualidade – reforçou Marjorie.
A leitura será feita com base em metodologias aprovadas pela agência ambiental dos Estados Unidos (USEPA), o que garante confiabilidade internacional às análises. Entre os poluentes monitorados, estão ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e material particulado, além de dados meteorológicos como temperatura, umidade, radiação solar e velocidade do vento.
Todas as informações estarão disponíveis ao público em tempo real no site da Fepam, por meio da plataforma Rede Ar do Sul.
– Qualquer pessoa poderá acompanhar os dados. Hoje, as estações que já estão em funcionamento têm essa transparência, e as novas seguirão o mesmo padrão – assegurou a secretária.
Cenário ambiental
Segundo Marjorie, a expansão do monitoramento foi impulsionada por episódios recentes, como os incêndios florestais que afetaram a qualidade do ar na região central do Brasil em 2024. Ainda que o Rio Grande do Sul tenha escapado de impactos mais severos, o episódio reforçou a importância da prevenção.
– Embora a qualidade do ar no Estado seja considerada adequada, principalmente pelas áreas verdes e agrícolas, é essencial nos prepararmos para momentos críticos. E melhorando o monitoramento, automaticamente damos mais qualidade de vida para a população gaúcha – declarou.
Os recursos utilizados para o investimento são próprios do governo estadual, provenientes dos fundos da própria Secretaria do Meio Ambiente.
– São R$ 2,88 milhões aplicados diretamente na saúde pública e na transparência ambiental. É uma prioridade da gestão do governador Eduardo Leite – finalizou.
A expectativa é que a estação de Santa Maria entre em operação até dezembro de 2025.
Confira a entrevista completa