Praças de Santa Maria vivem expectativa por novas revitalizações

Foto: Nathália Schneider

Desde o final de dezembro de 2022, quando a Praça Dr. Astrogildo de Azevedo, localizada no Largo Roque Gonzales, no Centro, foi entregue revitalizada à comunidade santa-mariense, dezenas de famílias e grupos de amigos intensificaram o movimento no local.

A obra foi possível a partir de uma parceria público-privada com a participação das empresas Unicred Ponto Capital e Unimed Santa Maria, que adotaram a praça por um período de 10 anos. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 1 milhão no espaço.

Agora, o lugar tem novos brinquedos, academia, chimarródromo, espaço para pets, jardim vertical, iluminação com leds, bicicletário e outras estruturas que chamam a atenção da população.

Enquanto isso, outras praças da cidade vivem a expectativa de receberem investimentos na infraestrutura, seja a partir do poder público ou, ainda, com parcerias público-privadas como o programa Santa Maria de Todos Nós.

Praça do Mallet

Fotos: Eduardo Ramos

A Praça General Osório, popularmente conhecida como Praça do Mallet, é uma das maiores da cidade. No ano passado, parte dos brinquedos da Praça Dr. Astrogildo de Azevedo, que foi revitalizada, foram transferidos para o local. A praça também já recebeu equipamentos para academias ao ar livre e tem quadras que reúnem grupos de skatistas e jogadores de basquete. No entanto, quem frequenta o lugar sente falta de mais investimentos na infraestrutura.

O estudante Luiz Felipe Domingues, 18 anos, costuma reunir uma turma de amigos e jogar basquete no Mallet. No verão, quando as temperaturas de Santa Maria podem ultrapassar os 35ºC, o grupo leva muitas garrafas pet com água. Quando acaba, precisam ir até uma lavagem de carros para pedir mais.

– A gente adora aqui. Moramos nas redondezas e gostamos muito de praticar esporte, por isso viemos. Só que o banheiro que tem aqui nem sempre fica aberto e não tem nenhuma torneira em toda a praça. É um pouco difícil a situação – explica.

Para a geógrafa Viviane Silva, 41 anos, o lugar é perfeito para ir pela manhã junto da filha Carolina, de 5 anos. Já pela noite, ela reclama que falta segurança:

– Já moramos bem em frente à praça, então frequentamos muito. De manhã é muito bom, movimento calmo. À noite, principalmente em finais de semana, o movimento aumenta muito. É bonito ver a praça cheia, mas algumas pessoas atiram lixo no chão, brigam, enfim.

Praça dos Bombeiros

Com cerca de seis mil metros quadrados, a Praça dos Bombeiros, localizada no Centro, foi revitalizada há mais de 10 anos. Na época, foram investidos R$ 402 mil em pavimentação, acessibilidade, canteiros, bancos, lixeiras, bicicletário, academia ao ar livre e playground. Hoje, resta muito pouco do que foi feito.

As lixeiras e os bancos foram destruídos. Os aparelhos da academia ao ar livre sucumbiram à ação do tempo e foram tomados pela ferrugem. Postes de luz foram arrancados e a vegetação que fazia parte do paisagismo não existe mais. Ainda assim, o local faz parte da vida de moradores do bairro e também recebe eventos culturais.

A artesã Suzelli Zinelli mora nas proximidades da praça há 15 anos. Ela viu o local ser revitalizado e, com os passar dos anos, deteriorado. Para ela, faltou investimentos na manutenção e na prevenção de vandalismos.

– A praça tem um valor afetivo muito grande. Meu filho cresceu aqui. Mas sinto que não houve investimentos em manutenção para além da limpeza. Se é de conhecimento da cidade que o lugar costuma ser vandalizado, por que não tomaram alguma medida de segurança eficaz? Agora, que restou muito pouco, é mais caro arrumar – diz.

A praça é uma das poucas da cidade que tem acesso a água potável. A torneira do local é uma referência para recicladores que circulam diariamente pelas ruas do centro. Mas, um pequeno vazamento faz com que uma trilha de água se alastre pela praça formando poças.

Praça da Nonoai

Localizada na Rua Acre, no Bairro Nonoai, a praça é uma referência de lazer para moradores das redondezas. E assim como as demais, o local acumula uma série de problemas. O principal é a depredação de espaços como playground e banheiros, que estão fechados.

Para tentar revitalizar a área, moradores se reuniram para criar uma associação. A comerciária aposentada Elisabeth Aquino, 69 anos, uma das líderes do grupo, diz ter boas expectativas sobre o futuro da Praça da Nonoai.

– Com uma associação nós teremos mais espaço para cobrar junto ao poder público. Além disso, queremos alimentar esse sentimento de que a praça é nossa, pertence aos moradores. Algumas empresas que atuam há anos no bairro também gostaram da ideia. Seria como adotar a praça – explica.

Além da restauração dos banheiros e de uma cozinha comunitária, Elisabeth já prevê a construção de uma pista de skate.

A feirante Elena Camargo, 69 anos, também espera que o local possa melhorar. Ela participa de uma feira que ocorre na praça e enfrenta alguns desafios:

– Não temos banheiro e nem água, então é difícil trabalhar durante horas aqui. Mesmo assim, adoro o lugar e me sinto muito bem. A área verde é bonita e as árvores dão muita sombra. Imagina se fosse revitalizado? Ficaria lindo.