Foto: Vinicius Becker (Diário)
Autoridades e representantes da administração estadual e municipal descerram a placa que marca o início da construção das novas pontes sobre o Arroio Grande, na RSC-287.
Com a presença do governador Eduardo Leite (PSD), o ato realizado nesta segunda-feira (1°) marca a ordem de serviço para a construção das novas pontes sobre o Arroio Grande, na RSC-287, em Santa Maria.As obras começam ainda nesta semana e fazem parte do processo de reconstrução da rodovia após os danos provocados pelas enchentes de 2024. A primeira ponte passa de 44 para 69 m de extensão, será dois metros mais alta, contará com acesso com base em pedras em vez de terra, e terá duplicação de 400 m de pista em cada lado, totalizando 800 m. A segunda ponte, que será erguida no local da antiga estrutura que cedeu, terá dimensões e características semelhantes, garantindo maior resistência a eventos climáticos.
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Segundo a concessionária Rota de Santa Maria, a primeira ponte será no sentido Porto Alegre – Santa Maria e será construída ao lado direito das pontes metálicas do Exército. Além de maior, a ponte também terá acesso mais resistente por ter base em pedras em vez de terra, para suportar melhor eventos climáticos. O cronograma prevê que essa primeira ponte seja entregue em seis meses. Ou seja, o tráfego deve ser normalizado na RSC-287 no final de fevereiro de 2026, pois a nova ponte terá trânsito de mão dupla, como era a antiga.
— O Rio Grande do Sul está se reconstruindo e se refazendo, e vai sair mais forte. Não estamos simplesmente refazendo o que tínhamos antes; todo o processo vivido nos últimos meses vai resultar em um estado capaz de suportar qualquer teste de fogo que vier pela frente. O Rio Grande do Sul foi submetido a intensa pressão, e a resposta do nosso povo não será o esmorecimento, mas a força, a força do gaúcho que se reergue e se refaz, tornando-se um exemplo para todo o Brasil. Pode levar um pouco mais de tempo do que gostaríamos, mas vamos chegar lá e entregar um estado com resiliência, força e capacidade de enfrentar os desafios impostos pelos eventos climáticos à nossa população — disse o governador durante a solenidade.
Após a liberação do tráfego, as pontes metálicas do Exército serão retiradas, assim como os escombros da estrutura antiga. Todo o tráfego será transferido para a ponte nova até o fim de fevereiro de 2026, dispensando o uso das pontes móveis. Na sequência, será erguida a segunda ponte, com as mesmas características da primeira.
Como essa segunda ponte deve iniciar em março e ter prazo de mais sete meses, ela deve ficar pronta no fim de setembro de 2026. A duplicação completa do trecho de 800 metros, com as duas pontes e quatro pistas (duas em cada sentido), será finalizada em até 13 meses. O investimento estimado é de R$ 60 milhões.

Já no Arroio Barriga, entre Paraíso do Sul e Novo Cabrais, a obra será diferente: a nova ponte será erguida no mesmo local da atual, já que existe um desvio ao lado. Neste caso, será construída apenas uma estrutura por enquanto. O custo previsto é de R$ 20 milhões, com prazo de conclusão de 6 meses, até o fim de fevereiro de 2026.
Entre as autoridades, participaram também do ato o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi; o secretário de Estado de Sistemas Penal e Socioeducativo, Jorge Pozzobom; o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Beto Fantinel; o conselheiro da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul, Lucas Fuhr; e o presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, Admar Pozzobom.
Agenda
Além das intervenções em Santa Maria, a Rota de Santa Maria entregou nesta segunda-feira mais 4 km de duplicação no trecho urbano de Santa Cruz do Sul e 3 km no trecho urbano de Tabaí. Também já estão em andamento 5 km de duplicação em áreas rurais de Tabaí, obra antecipada que só seria obrigatória em 2027.
Em relação aos trechos destruídos pelas enchentes em Mariante (Venâncio Aires) e em Candelária, a concessionária informou que os projetos de reconstrução devem ser entregues ainda neste mês ao governo do Estado. Esses segmentos também deverão ser duplicados, com previsão inicial de construção de duas pistas e posterior ampliação para quatro.
Possibilidade de antecipação da duplicação em trechos da RSC-287 ainda será estudada

Segundo Leite, ele orientou a Secretaria da Reconstrução, que gerencia as concessões do Estado, a realizar todos os estudos necessários para avaliar a possibilidade de antecipar as obras de duplicação perto de Santa Maria, pois o contrato só prevê que a RSC-287 seja duplicada entre Santa Maria e Novo Cabrais entre 2040 e 2042. No entanto, ele ressaltou que a prioridade atual continua sendo a reconstrução da rodovia, de modo que todos os trechos possam ser restabelecidos, considerando a complexidade de temas envolvidos no processo.
O governador reforçou que, além da reconstrução, será avaliada a possibilidade de avançar com a duplicação na região de Santa Maria, embora o processo seja tecnicamente complexo.
Ele também destacou que a concessão é bem-sucedida e que já está entregando obras de duplicação em outras regiões, como Santa Cruz do Sul, que não teriam perspectiva de execução sem o contrato com a concessionária.
— Mesmo que ela demande ajustes do ponto de vista contratual, todos os ajustes que forem feitos, eles têm que ser analisados do ponto de vista técnico na repercussão que ele dá da forma de remunerar concessionário, ou seja, se nós vamos antecipar obras ou tem que ter um volume maior de veículos que vá sustentar e acionar e garantir essas obras sem impacto na tarifa ou vamos ter que debater algum tipo de impacto na tarifa para antecipar essas obras, mas é isso será debatido no tempo adequado.
Leite concluiu afirmando que a prioridade atual é a reconstrução, com as obras das pontes já iniciadas, e que os trechos de Mariante e Candelária serão refeitos em seguida.