Caso Kiss

Polícia Civil vai reabrir inquérito sobre empresa que prestou serviço para a Kiss

Carlos Wagner e Lizie Antonello

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A Polícia Civil vai reabrir o inquérito que investigou tráfico de influência e corrupção ativa por parte da Hidramix, empresa que colocou as barras antipânico na boate Kiss em 2012. O inquérito havia sido concluído sem indiciamentos e remetido à Justiça em janeiro deste ano. Agora, a polícia quer retomar a investigação porque o depoimento da ex-mulher do bombeiro Roberto Flavio da Silveira e Souza, ex-sócio da Hidramix, à Polícia Civil nesta quinta-feira, trouxe novas informações ao caso, que incluem suspeita de pagamento de propina e tráfico de influência.

O incêndio na casa noturna trouxe à tona um possível favorecimento da empresa dentro do Corpo de Bombeiros. Em geral, empresários diziam que "se não fosse com a Hidramix, não conseguiam obter os alvarás de combate a incêndio". O fato foi investigado no inquérito pela 1ª Delegacia de Polícia, mas, conforme o titular, Marcos Vianna, foi encerrado por falta de provas.

Para a polícia, Gilceliane Dias Freitas, 36 anos, era a testemunha que faltava. Além de ter sido mulher do bombeiro por sete anos, ela administrava a empresa.
Gilceliane, que se separou há pouco tempo de Souza, chegou à Delegacia Regional por volta das 9h, depôs durante a manhã, saiu para almoçar e voltou à tarde, ficando no local até por volta das 19h.

Ela levou novas informações ao delegado Sandro Meinerz, que responde interinamente pela Delegacia Regional. Em depoimento, a mulher disse que Souza coordenava um sistema de comissões ilegais aos bombeiros que indicavam a Hidramix para serviços na área de prevenção de incêndio.

Segundo Gilceliane, o esquema funcionava assim: alguns dos bombeiros que faziam as vistorias nas empresas e estabelecimentos _ os nomes não serão divulgados pela polícia _ indicavam a Hidramix para colocação dos equipamentos de prevenção. Pela indicação, os bombeiros recebiam 10% do valor da obra como uma espécie de comissão.

_ Neste depoimento, ela traz novas informações, que serão analisadas com a devida cautela. Conforme o que ela disse, 70% ou mais dos serviços da Hidramix eram objeto de indicação dos bombeiros. E as indicações, depois dos serviços executados e pagos, rendiam aos bombeiros que indicassem 10% de comissão _ afirma o delega Sandro Meinerz, sobre as declarações de Gilceliane.

 

Leia também:
> Inquérito da Polícia Civil não conseguiu provar tráfico de influência de ex-sócio da Hidramix no caso da boate Kiss
> Ex-sócio de empresa que prestou serviços para boate Kiss foi afastado do Corpo de Bombeiros

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