colunistas do impresso

PLURAL: os textos de Marcio Felipe Medeiros e Nara Suzana Stainr

O que é globalização?
Marcio Felipe Medeiros
Sociólogo e professor universitário

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O socialismo, organização anterior ao comunismo, é um regime político não capitalista, cuja organização preza pelo comunitarismo e o abandono da propriedade privada. A doutrina socialista concentra no Estado a gestão do patrimônio e das posses, cedendo aos indivíduos da nação o direito de uso. Portanto, em um regime socialista, nenhuma pessoa seria dona de uma residência. Todos os imóveis pertenceriam ao Estado que concederia o direito de uso aos indivíduos, e caso esse morresse ou se mudasse, o direito a aquele imóvel seria repassado automaticamente a outra pessoa. Isso vale para qualquer patrimônio.

RISCOS

Qual é o risco de o socialismo/comunismo existir no Brasil? A resposta é bastante óbvia: nenhuma. Abdicar do patrimônio privado em nome de um regime político não parece fazer sentido na cabeça de nenhum brasileiro ou classe social atualmente. Em uma sociedade em que as pessoas não têm muito a perder, como foi o caso da Rússia, no início do séc. 20, devastada pela miséria e após enfrentar a Primeira Guerra Mundial, que apresentava uma sociedade majoritariamente de miseráveis, foi o que tornou propícia a disseminação da ideologia Socialista. Sem essas condições, a doutrina socialista não é capaz de vingar, e, aparentemente, não vivemos nessa condição.

GUERRA FRIA DELIRANTE

Fico impressionado como algumas pessoas, com algum grau de instrução, caem no discurso de que o comunismo está batendo à nossa porta. Parece-me que, neste caso, estas pessoas ou não entendem o que é o comunismo e suas causas, ou caso entendam, carecem de caráter e espalham desinformação de forma maquiavélica. A paranóia comunista é fruto de uma visão míope da realidade. Mesmo a Rússia atual, que apresenta uma democracia bastante duvidosa, tendo em vista que não existe alternância de poder, não pode ser considerada socialista tampouco comunista. Temos uma democracia cheia de problemas, e que tem sofrido constantemente ataques e desestabilizações antidemocráticas. 

O melhor meio de evitar o socialismo, para aqueles que insistirem em sustentar essa paranoia, não é a instauração de um regime ditatorial (o que estaria muito mais próximo do socialismo), mas o fortalecimento e melhoria das instituições democráticas.

O que comemorar no 7 de Setembro?
Nara Suzana Stainr
Doutora em Direito

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Corrija-me se estiver equivocada, mas até pouco tempo, se comemorava a Semana da Pátria, sim, uma semana inteira de eventos e atividades envolvendo toda sociedade, com aquele sentimento de cidadão, de patriota, de pertencimento. Pena que os mais jovens não saibam o real significado da data cívica, quando foi proclamada a Independência do Brasil, uma vez que podemos proferir que foi o início do nosso país. E, hoje, o que, de fato, se comemora?

Voltamos ao resgate histórico. É preciso lembrar que a Independência do Brasil é um dos acontecimentos mais importantes do país, onde baliza o fim do domínio português e a conquista da autonomia política.

Segundo historiadores, é o momento da história considerado mais relevante, porque marca, claramente, a ruptura da subordinação do Brasil colônia com a metrópole. Esse marco foi realizado pelo príncipe regente Dom Pedro, que, aconselhado por José Bonifácio de Andrada e Silva a emancipar o Brasil, ouviu o clamor dos súditos e convocou uma Assembleia Constituinte, onde medidas foram adotadas para desligar a colônia da metrópole e conclamar o povo à independência.

Por óbvio a coroa portuguesa não contente, estabeleceu severas retaliações, inclusive decretando a anulação da Assembleia Constituinte e suas medidas, além de exigir a volta imediata do príncipe regente a Portugal.

PAÍS INDEPENDENTE

No entanto, em 7 de setembro de 1822, foi proclamada, oficialmente, a Independência do Brasil, em São Paulo, e quando regressou ao Rio de Janeiro, Dom Pedro foi aclamado imperador e coroado com o título de Dom Pedro I, em dezembro de 1822.

Daí para a frente, nosso país se tornou forte e independente, com total autonomia dentro dos limites geográficos de suas fronteiras, governado a partir de suas tradições e convicções, sem interferência externa diretas de qualquer outro país, sendo capaz de decidir sobre o regime político, sobre organização, administração, economia e demais instituições sociais.

A questão que paira é: o que se comemora no dia 7 de setembro, será que realmente nos tornamos um país independente, ou ainda existem vários aspectos de dependência aos demais? Considere, por conseguinte se o Brasil é tão forte, porque existem fragilidades, será que somos mesmo independentes?

A resposta pode ser que sim, porém, devemos olhar por outro viés, pois independência não exclui assuntos como solidariedade, fraternidade, amparo, auxílio, convivência e aprendizado mútuos.

Questione-se: se você é capaz de pensar e elaborar uma visão de mundo sozinho, se todas as ideias que emana realmente são suas, se constrói um caminho pautado na colaboração com o coletivo dentro de seus princípios, se é capaz de estabelecer seus valores ao bem-estar. 

Se responder, afirmativamente, significa que há um esforço tanto seu como de todos os brasileiros, constituído por lutas e conquistas, conjuntamente, e de forma participativa. Podemos, então, comemorar a independência de um país livre!

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