Dia do Orgulho LGBT+

Pela primeira vez, Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul tem um soldado trans

Pela primeira vez, Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul tem um soldado trans

Foto: Luís André Pinto/Secom

Com 128 anos de história, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) tem, pela primeira vez, um soldado transexual. Theo entrou na corporação como Bruna, mas hoje é o primeiro homem trans a integrar o efetivo da corporação. Um importante avanço, ao tempo que é simbólico no dia Internacional do Orgulho LGBT+, celebrado nesta quarta-feira (28). Agora, o militar carrega na farda o nome Theo, como sempre sonhou, e é tratado por todos como um soldado do sexo masculino – a identidade de gênero com que se identifica.

 A mudança ocorreu há aproximadamente três meses, e a solenidade, em 16 de junho deste ano. Aos 24 anos, o bombeiro alterou o seu nome e sexo no registro civil. Bruna Hevia Caravaca, sexo feminino, deixou de existir nos documentos públicos e deu lugar oficial e juridicamente a Theo Hevia Caravaca, sexo masculino, que teve a sua nova identidade prontamente reconhecida pelo CBMRS.

– Desde criança, já me sentia muito desconfortável com os padrões considerados femininos. Quando entrei no Corpo de Bombeiros, já me identificava como Theo e no gênero masculino, mas, por medo, decidi ingressar com o sexo e o nome feminino, porque eu ainda não havia feito a retificação nos meus documentos. Era como se eu estivesse vivendo uma vida dupla. Aqui dentro, me conheciam por Bruna. Lá fora, minha mãe e meus amigos já me chamavam de Theo. Isso estava me deixando muito mal –  relatou o soldado.

Quando o o soldado manifestou o desejo de realizar a transição de gênero, a pretensão foi bem recebida pela corporação.

Liberdade 

Neste 28 de junho, data em que se comemora o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, o comandante-geral do CBMRS, coronel Eduardo Estêvam Camargo Rodrigues, destacou a importância do respeito às diferenças e à diversidade de gênero.

– O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul é composto por pessoas vocacionadas, as quais respeitamos em suas individualidades, indistintamente. Exigimos apenas, como profissionais de excelência que são, um alto nível técnico de preparação para prestar um serviço público de relevância, qual seja, salvaguardar a vida e o patrimônio de toda a população gaúcha. É isso que a sociedade espera e merece de nós: que todos os militares encontrem o ambiente e o treinamento necessários para cumprirem suas missões e, assim, estarem prontos para atuar em qualquer situação – afirmou.


Processo de transição
O primeiro passo foi sentir-se confortável em iniciar o processo de transição. Logo, mudou o seu registro civil, recebeu a nova identidade e teve seus documentos retificados pelo Corpo de Bombeiros Militar. Passou a contar também com apoio na área de saúde mental no Hospital da Brigada Militar.

– Desde os meus colegas até os praças e oficiais do Corpo de Bombeiros, tive muito apoio e acolhimento de todos. Nunca sofri nenhum tipo de preconceito. Isso me surpreendeu bastante. Foi um processo muito leve e acolhedor, tanto que me sinto em casa quando chego aqui – ressaltou.

*Consta informações da Secom

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