Os moradores da Vila Belga, na área central de Santa Maria, convivem, há mais de cinco anos, com um problema no cruzamento das ruas Ernesto Beck e André Marques. Além de prejudicar quem precisa passar, os paralelepípedos soltos e a buraqueira nas vias não combinam em nada com a beleza colorida do espaço histórico da cidade.
Motoristas e motociclistas dizem que já tiveram prejuízos com os veículos por conta do estado das ruas. A cada chuva, a coisa fica ainda pior, já que a água empoça e tira mais pedras do lugar, formando novos e maiores buracos. Muitos paralelepípedos estão atirados em cima das calçadas.
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_ Eu moro aqui há mais de 17 anos. A prefeitura tentou arrumar por duas vezes, porém nunca dá resultado _ reclama o morador Gabriel Pahim.
A presidente da Associação dos moradores, Myrna Lena Floresta, já enviou ofícios e pedidos ao Executivo. Mas, até agora, nada foi realizado.
A Rua Manoel Ribas, principal espaço ocupado pelo Brick da Vila Belga, também tem um buraco grande. Após o volume de chuva do segundo final de semana de agosto, uma cratera se formou na rua. Os moradores temem que a calçada seja engolida por ele. Um cano de água esta visível, e, conforme a vizinhança, o buraco está cada dia mais fundo. Mas já foi consertado.
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Em outros locais, onde os buracos são menores, os moradores dizem que estão colocando pedras para amenizar o estrago. Além disso, a vizinhança reclama da falta de limpeza nas ruas da Vila Belga.
_ O pessoal terceirizado da prefeitura limpa até a Avenida Rio Branco, mas não entra aqui. Eles alegam que as nossas ruas não estão no cronograma deles _ reclama Myrna.
FALTA DE EDUCAÇÃO
As ruas da Vila Belga são mais estreitas e, por isso, o estacionamento é permitido só do lado direito. Porém, de acordo com moradores, muitos vizinhos e visitantes não respeitam a sinalização. Por vezes, motoristas precisam passar por cima das calçadas e, como elas são frágeis, acabam quebrando e precisam ser substituídas por placas de concreto.
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A equipe do Diário flagrou dois caminhões estacionados em local proibido para que mercadorias fossem descarregadas. Por conta das irregularidade, um carro precisou retornar na via por não conseguir passar.
ANTIGO CLUBE
Outro alvo da reclamação recorrente dos moradores da Vila Belga é o Clube da Associação dos Empregados da Viação Férrea. Ele está interditado pelo Corpo de Bombeiros por falta de Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI). ALém disso, o teto do local está desabando. Em dias de muito vento, as folhas de amianto acabam voando.
_ Nessas últimas chuvas de agosto, uma parte do telhado quase caiu em um carro, e outro, em cima de uma pessoa que passava pela rua_ diz Myrna.
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O Clube é de responsabilidade da prefeitura, que está analisando um projeto de recuperação para o local. Dentro do prédio, há papel espalhado pelo chão, madeiras velhas, documentos e móveis que estão apodrecendo.
_É uma história que está se perdendo. Aqui, tinha cancha de bocha, quadra de esportes e poderia ser revitalizado para acomodar atividades culturais para a cidade _ reclama a presidente da associação dos moradores.
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HISTÓRIA
Em 13 de abril de 2017, a Vila Belga, localizada no Centro de Santa Maria, completou 110 anos. Desde o dia 6 de junho de 1988, o local é considerado patrimônio público e, por isso, as fachadas das casas e as ruas não podem ser modificadas. A vila foi idealizada a partir da construção da ferrovia, em 1901.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Sobre os buracos
Conforme o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Paulo Roberto de Almeida Rosa, o asfalto no local foi retirado há cerca de seis anos, por se tratar de uma área tombada pelo Patrimônio Histórico.
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Almeida Rosa explica, ainda, que os buracos na Rua André Marques e na esquina com as ruas Ernesto Becker e Manoel Ribas, são provocados pelo excesso de água oriundo de uma sanga que deságua no Arroio Cadena. Ele acrescenta, além disso, que o calçamento que existe no local foi colocado no decorrer da primeira metade do século passado.
O secretário diz que, para amenizar o problema, é necessário fazer a reconstituição do calçamento, o que necessita de elaboração e aprovação do projeto junto a órgãos de prevenção histórica. Ainda de acordo com Almeida Rosa, no momento, não há previsão de intervenção no local
Sobre a limpeza dos canteiros
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Paulo Roberto de Almeida Rosa, a Vila Belga não pode ser incluída no contrato de limpeza da Sulclean, empresa responsável pelo serviço, em razão dos custos e reduzida disponibilidade orçamentária.
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No entanto, o titular da pasta garante que, mesmo que a manutenção do local não esteja prevista no cronograma da prefeitura, são realizadas limpezas na Vila Belga, assim como, segundo ele, também são feitas em outros locais não previstos
Sobre o clube
De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, é de conhecimento do Executivo que o imóvel está degradado pela ação do tempo, no entanto, até o momento, a prefeitura não teve acesso a nenhum laudo técnico de inspeção predial.
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Ainda de acordo com a assessoria, a atual administração está, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, analisando uma forma alternativa e compartilhada para o uso do local.
A intenção é que, além da possível implantação de um Museu Ferroviário no local, outras atrações, voltadas à Cultura e Educação, possam ser incluídas em um projeto que seja atrativo e viável
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