Artigo

OPINIÃO: A Escola Emai 

Anny Desconzi

Há 21 anos, Santa Maria estava a poucos meses de eleições para prefeito e iniciava o último semestre da última turma do Centro de Formação Profissional da Rede Ferroviária. Embora o Centro de Formação tenha contribuído para a formação técnica, profissional e ética de vários jovens para as áreas empresarial e industrial de Santa Maria e Brasil, em 5 de setembro de 1995, por meio da Carta Curricular 093/DIVDRH, a escola ficou impedida de admitir alunos nos seus quadros para o ano de 1996, e, em dezembro de 1996, ela foi definitivamente fechada.Santa Maria, em outubro de 1996, já conhecia seu futuro prefeito, Osvaldo Nascimento da Silva, e, em novembro, foi anunciado o nome do futuro secretário de Educação, Pedro Lecueder Aguirre. 

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O futuro secretário, procurado pelos então professores da escola, percebeu naquele grupo e no espaço físico que já demonstrava sinais de abandono, uma oportunidade de fazer a diferença na educação santa-mariense. Foram cinco meses de estudos e planejamento para o município assumir a antiga escola da rede e transformá-la numa escola municipal. 

Contudo, isso só foi possível, em tão curto espaço de tempo, graças ao trabalho conjunto de pessoas com visão, desde o prefeito municipal que abraçou e deu carta branca para a realização do projeto, os professores, que, conhecendo o potencial da escola, foram incansáveis na busca de alternativas para a mesma não fechar, o professor Pedro Aguirre, que ouviu e projetou o futuro, agregando à equipe de professores da antiga escola, colegas da secretaria de educação que ajudaram a estruturar a nova modalidade de ensino municipal, a Câmara de Vereadores que aprovou a lei que autorizou a implantação da nova escola, o Conselho de Educação na pessoa de seu presidente, Oscar Mombach, que autorizou a oferta de cursos de qualificação profissional no ensino fundamental e os parceiros: Senai, Cacism e empresas locais que apoiaram a ideia e ajudaram a reerguer a estrutura física da escola. 

Em 4 de agosto de 1997, com a presença do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, a escola reabriu suas portas, já com o novo nome: Escola Municipal de Aprendizagem Industrial - Emai, a primeira escola de qualificação profissional de ensino fundamental do Brasil. Portanto, neste mês, a escola completou 20 anos. Apesar de sua estrutura ser da década de 70, com rachaduras tão próprias de quem se aproxima dos 50 anos, ela continua viva e em pleno funcionamento, transformando a vida de jovens estudantes em profissionais capacitados e com possibilidades de ter um futuro mais digno.

Empreender um projeto implica em muita dedicação, pois é preciso, mais que sonhar – sair do campo das ideias – intuição, coragem e, sobretudo, perseverança. As oportunidades de fazer a diferença estão no nosso cotidiano, mas somente pessoas de mente aberta, com conhecimento e visão futura, são capazes de percebê-las e de transformar um sonho, uma possibilidade, num potencial. 

É verdade que o projeto se concretizou pela cooperação de muitos, mas a liderança foi fundamental. Santa Maria e, principalmente, a comunidade escolar da Emai – os de ontem, os de hoje e os que virão – agradecem ao homem empreendedor, professor Pedro Lecueder Aguirre, que fez a diferença ao recriar a antiga escola da rede na escola Emai, resgatando e preservando a história ferroviária, tão viva em seus corredores, reinventando suas potencialidades e transformando para sempre, de forma positiva, a vida de nossos jovens, ampliado seus horizontes e ofertando a possibilidade de um futuro melhor.

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