Prematuro

Novembro Roxo faz um alerta sobre os partos prematuros  

Thays Ceretta

Um bebê que nasce antes das 37 semanas de idade gestacional é considerado prematuro, independente do peso de nascimento. No Brasil, a taxa de prematuridade é de aproximadamente 12%, um índice considerado alto e que preocupa profissionais da área da saúde. 

É por isso que a campanha Novembro Roxo busca chamar a atenção e conscientizar a população da importância do pré-natal. Isso porque, dependendo do caso, o parto prematuro pode ser grave, deixando sequelas motoras, visuais, auditivas, psicológicas e comportamentais nas crianças e também problema emocionais nos pais. Para tratar dessa e de outras questões ligadas ao tema, comemora-se, hoje, o Dia Mundial da Prematuridade.

Conforme a neonatologista Marinez Casarotto, do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), um parto prematuro geralmente não se repete nas gestações, mas existem algumas patologias maternas que podem causar essa situação mais de uma vez. Para evitar um nascimento prematuro e, consequentemente, complicações na saúde do bebê, é fundamental que a mãe tenha um bom acompanhamento pré-natal, com os exames e consultas indicados pela equipe de saúde, além de uma atenção especial às infecções genitais, como corrimentos e infecções urinárias. Depois que uma criança prematura nasce, os cuidados no hospital são tão importantes quanto depois que o bebê vai para a casa.

– Os cuidados no hospital dependem da idade gestacional em que um bebê nasceu. Por exemplo, um recém-nascido com 28 semanas de idade gestacional é bem diferente de um recém-nascido com 35 ou 36 semanas. Embora ambos sejam prematuros, um pode necessitar de ventilação mecânica, incubadora, nutrição parenteral, antibióticos ou pode, somente, necessitar de controle de temperatura em uma incubadora e ganhar o peso necessário para receber alta hospitalar. Tudo vai depender da prematuridade, do peso e das condições de saúde com que ele nasceu – explica a chefe da UTI Neonatal do Husm.

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OS CUIDADOS APÓS A ALTA DO BEBÊ

A médica Marinez Casarotto explica que nem todo o recém-nascido terá sequelas, isso depende da saúde da mulher, do bebê e do pré-natal. Ela destaca, ainda, que, quando o recém-nascido tiver condições estáveis, fora de perigo e com peso e maturidade que permitam que ele viva fora do ambiente hospitalar, receberá alta. Porém, quando for para casas alguns cuidados são necessários como: ter boa higiene no ambiente, cuidar com locais fechados e com muitas pessoas devido ao risco de contrair infecções.

Foi o que a família do Joaquim Vieira da Trindade, de oito meses, precisou fazer. O pequeno nasceu de 33 semanas de gestação porque a mãe dele, Jucele Vieira de 33 anos, teve complicações durante a gravidez. Ela tem Lúpus há 10 anos (doença autoimune com maior incidência em mulheres, que afeta principalmente pele, articulações, rins e cérebro), e por causa de uma febre teve que internar. Depois de alguns dias, a situação piorou, a pressão aumentou e os rins estavam sendo afetados.

 Santa Maria - RS - BRASIL 14/11/2017 Dia do PrematuroPEGAR OS NOMES COM A XUXU
Foto: Lucas Amorelli / Santa Maria

– Como eu e ele estávamos sofrendo, foi preciso fazer uma cesárea de risco. Eu fiquei 24 horas na UTI para controlar a pressão e fazer transfusão de sangue. Ele foi direto para a UTI Neonatal onde ficou por 22 dias. Depois de uma semana fui para a CTI neurológica porque quase tive um AVC, então, por todas essas complicações ele teve que nascer antes do tempo – conta a microempresária.

Mesmo prematuro, Joaquim nasceu com 1,665kg e 45cm. Enquanto permaneceu na UTI para ganhar peso e aumentar as plaquetas, as visitas eram restritas, de duas a três vezes. Além disso, os pais só podiam tocar, sem pegar no colo.

– Ele ficou no oxigênio e se alimentava com o leite materno por meio de uma seringa, nos primeiros dias quem visitava era o pai em função da minha saúde. A cada visita a gente lavava bem as mãos, até o cotovelo, passava álcool, não podia mais tocar em nada e colocava as roupas esterilizadas do hospital. É uma sensação ruim, eu queria sentir o cheiro dele, pegar no colo – lamenta Jucele.

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RESTRIÇÕES

Quando mãe e filho foram para casa, os cuidados continuaram. A equipe hospitalar orientou que as visitas fossem bem restritas, apenas de familiares. Por dois meses eles não saíram de casa e a higienização com álcool gel na residência foi intensificada. Além disso, Joaquim teve que continuar mamando a cada três horas para não perder peso. Com 8 meses de vida, 7,2kg e 68 cm, ele está esbanjando saúde, e as visitas ao médico ocorrem uma vez ao mês.

– Dizem que os prematuros não param, e, agora, estamos percebendo isso. No início, ele era bem tranquilo. Hoje em dia, ninguém segura. Fiquei preocupada com toda essa situação, de ele ter algum problema cardíaco. Quando a gente está lá, passam mil coisas na cabeça, mas, depois, é só felicidade. Ele é o amor das nossas vidas. Tenho que ter energia para acompanhá-lo – comemora.

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