Nova vacina contra a dengue, mais perto do que nunca

Em coluna anterior comentei sobre as vacinas contra a Dengue. Estratégia essencial no combate à doença que aumentou muito no país. Até dezembro de 2022, o Brasil registrou 1,4 milhão de casos e 1016 óbitos pela doença, um aumento de 172,4% e 400% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Saúde.

Semana passada a ANVISA aprovou um novo imunizante contra a dengue. A Qdenga™ da empresa Takeda Pharma Ltda. Tem eficácia acima de 80% contra a doença viral e proteção contra hospitalização chegando a 90,4% em 18 meses após a vacinação. Ela é indicada para quem nunca foi diagnosticado com dengue, mas pode agir para quem já a teve.

A Qdenga™ é a primeira vacina aprovada no Brasil para um público mais amplo: de 4 a 60 anos de idade e é aplicada em duas doses com intervalo de 3 meses de uma para a outra.

Vacina brasileira

Em desenvolvimento há cerca de uma década, a vacina Butantan-DV usa uma tecnologia licenciada em 2009 pelo Instituto de Saúde (NIH) nos Estados Unidos, que cedeu patentes e os materiais biológicos das quatro cepas do vírus da dengue usados no imunizante.

Dados divulgados recentemente indicam que a Butantan-DV teria 80% de eficácia para evitar a dengue. As informações foram geradas por um estudo feito com mais de 16 mil voluntários de todo o Brasil. A eficácia da vacina também foi avaliada de acordo com a exposição prévia ao vírus da dengue. Em pessoas que contraíram a doença antes do estudo, a proteção foi de 89,2%. Já naqueles que nunca tiveram contato com o vírus, a eficácia foi de 73,5%.

O estudo seguirá até todos os indivíduos completarem cinco anos de acompanhamento, em 2024.Na próxima coluna divulgo aqui o estudo de uma nova vacina para a Dengue que será oferecido a partir de março pelo Centro de Pesquisa Clínica da UFSM, em parceria com a empresa farmacêutica MSD em uma ação conjunta com o Instituto Butantan.

Adoçantes artificiais e risco de doença cardiovascular

Publicação recente na Nature Medicine lançou luz a um problema estudado em outros campos da Medicina: o uso rotineiro e amplo de adoçantes artificiais e seus efeitos de longo prazo no risco de doença cardio-metabólica.

O estudo se debruçava sobre um adoçante, o eritritol, mas muitos estudos avaliam os mesmos e diferentes riscos associados ao uso de outros adoçantes. Os adoçantes artificiais parecem ser fatores de risco também para obesidade, diabetes e demência.

O eritritol é um tipo de adoçante natural que, por incrível que pareça, faz parte da alimentação há milhares de anos. É obtido em larga escala pela indústria se fazendo a fermentação da sacarose, mas é encontrado naturalmente em baixas concentrações em frutas e em concentrações mais elevadas em molhos de soja, vinhos, cervejas e queijos.

Regulação frágil

Adoçantes artificiais são geralmente reconhecidos como seguros pelo FDA – agência americana de segurança de medicamentos e alimentos- portanto, não há a exigência de estudos de segurança de longo prazo e pouco se sabe sobre os efeitos à saúde a longo prazo. E aí que reside o problema.

A pesquisa focou na substância denominada eritritol, largamente usada como substituta do açúcar em adoçantes, e o seu potencial de causar doenças, sobretudo as chamadas aterotrombóticas, que são relacionadas a ataques cardíacos e derrames cerebrais (AVC) por conta da formação de coágulos no sistema circulatório.

“É importante que mais estudos de segurança sejam conduzidos para examinar os efeitos de longo prazo dos adoçantes artificiais em geral, e do eritritol especificamente, sobre os riscos de ataque cardíaco e derrame, particularmente em pessoas com maior risco de doença cardiovascular”, alerta Dr. Stanley Hazen, chefe da seção de Cardiologia Preventiva na Cleveland Clinic e autor responsável pelo estudo.

Câncer e alimentos ultraprocessados

Pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP) revelou que a alimentação pode ser responsável por 57 mil mortes anuais no Brasil, superando hoje os homicídios e os acidentes de carro.

Nessa toada, estudo recente realizado no Reino Unido comprovou o impacto da escolha dos alimentos nesse risco. Segundo o estudo, publicado na revista eClinical, alimentos industrializados e ultraprocessados – rico em óleos, gorduras, açúcar, corantes, aromatizantes e outros componentes químicos – estavam associados ao aumento da incidência de nada menos que 34 tipos de câncer!

Alerta às mulheres

A pesquisa acompanhou a partir de um biobanco britânico quase 200 mil indivíduos com idade entre 40 e 69 anos que responderam questões dietéticas entre 2009 e 2012 e foram acompanhados até 2021.

Ao final do estudo, quase 16 mil pessoas desenvolveram algum tipo de tumor maligno. No caso das mulheres, por exemplo, a chance de ter câncer de ovário subiu quase 20%. O alto consumo de alimentos ultraprocessados pode estar associado a um aumento do risco e da mortalidade por câncer.

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