Impressões sobre a eleição de domingo e o que esperar do 2º turno em Santa Maria



Força de Valdeci

  • Valdeci Oliveira (PT) demonstrou mais uma vez sua força em Santa Maria, fazendo 58.580 votos e abrindo boa vantagem sobre Decimo no 1º turno. Com a ajuda do vice José Farret (União Brasil), ampliou bastante a votação que teve no 1º turno de 2016, quando tinha feito 43.746 votos, contra 43.037 votos de Jorge Pozzobom (PSDB) – eleição vencida pelo tucano no 2º turno por margem apertada. A trajetória de dois ex-prefeitos (Valdeci e Farret), com décadas de história e vários feitos, contribuiu para isso. Porém, a eleição do 2º turno segue bem aberta ainda.

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Força de Decimo

  • Depois de 8 anos de governo, seria uma decepção muito grande aos governistas se Jorge Pozzobom (PSDB) não conseguisse colocar seu candidato Rodrigo Decimo ao menos no segundo turno. Até porque, apesar de problemas, a gestão de Pozzobom teve vários feitos com obras ao longo dos últimos anos, sendo alguns projetos a cargo de Decimo.


Migração de votos

  • O fato de Roberta Leitão (PL) e Giuseppe Riesgo (Novo) terem afirmado que não apoiarão Valdeci deve tornar o segundo turno muito disputado, a exemplo do que ocorreu em 2020. É que a soma dos votos de Roberta e Riesgo é de 41.945, quase o dobro da vantagem do petista sobre o tucano. Não se sabe quantos vão votar no segundo turno e quantos eleitores de Roberta e Riesgo migrarão para Decimo e Valdeci. Mas por Roberta e Riesgo serem mais ligados à direita, há uma tendência de migração maior a Decimo, o que pode desfazer a vantagem dos 21 mil votos que Valdeci teve no 1º turno. Já Burmann (PDT) e Alidio da Luz (Psol), que são mais próximos da esquerda, somaram 6.139 votos. Vale lembrar que o MDB, da vice de Riesgo, é rachado e faz parte do governo Lula. Então, uma parcela dos votos de Riesgo pode ir para Valdeci.


Pesquisa: tiro no pé?

  • A divulgação da pesquisa eleitoral por Roberta Leitão (PL), em que ela aparecia em 2º lugar na disputa, pode ter influenciado alguns eleitores a fazerem o voto útil. Ouvi duas pessoas que admitiram que iriam votar em Riesgo, mas mudaram de opinião no final de semana e votaram em Decimo porque não queriam Roberta no 2º turno. Difícil saber se foi algo isolado ou pode ter pesado na diferença de 11 mil votos que o tucano teve a mais do que a candidata do PL. A divulgação da pesquisa pode ter sido um tiro no pé para a própria candidata. Apesar disso, Roberta demonstrou força ao fazer 26.838 votos e passa a ser um nome forte para concorrer a deputada estadual ou federal em 2026.



Votação de Burmann

  • Burmann e o PDT não tinham grande estrutura de campanha nem de tempo de TV, mas me parece que o ex-reitor teria condições de fazer bem mais do que os 5.234 conquitados. Para deputado federal, em 2022, só em Santa Maria, ele havia conseguido 9.255 votos, de um total de 22.791 que garantiram a vaga de suplente do PDT à Câmara. Porém, o fundador da UFSM, José Mariano da Rocha Filho, concorreu a senador, em 1978, e a deputado federal, em 1982, e não teve sucesso.


Abstenção alta: 27%

  • A Justiça Eleitoral precisa investigar a causa de tamanha abstenção. Onde estão os eleitores que não votaram e por quê?


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Deni Zolin

deni.zolin@diariosm.com.br

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