Mês de maio registra um incêndio em residência a cada 2 dias em Santa Maria

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Arquivo Diário)
Casa ficou totalmente destruída, em 19 de maio, na Vila Brasília, em Santa Maria

A chegada dos meses mais frios traz uma outra ocorrência ao topo da lista de preocupações em Santa Maria e região. É que com as baixas temperaturas e a maior permanência das pessoas em casa, também em função da pandemia, aumentam os números de incêndios em residências. Conforme o Corpo de Bombeiros de Santa Maria, foram atendidos, até esta sexta-feira, 12 incêndios em casas ao longo de maio. Média de uma ocorrência a cada dois dias e meio. No ano passado, no mesmo período, o número registrado foi similar, com 14 ocorrências desse tipo.

E a situação não é diferente na região. Apenas em maio, pelo menos cinco pessoas morreram em incêndios em residências em Tupanciretã, cidade de 23 mil habitantes. No começo do mês, Flávio Vanei da Silva, 55 anos, e o animal de estimação dele não resistiram a um incêndio na casa em que viviam, na rua Padre Roque Gonzalez. Menos de duas semanas depois, em 16 de maio, uma residência de 10 cômodos foi tomada pelas chamas em Tupanciretã, causando a morte de quatro pessoas da mesma família.

Conforme o sargento Marcelo Lovatto, que atua junto ao Corpo de Bombeiros em Santa Maria, muitos dos incêndios são causados pelo descuido ao tentar aquecer o ambiente. De um lado, o uso de aparelhos que levam eletricidade, como torneiras elétricas, aquecedores, chuveiros, ar-condicionados. De outro, a utilização de métodos orgânicos, como o fogão a lenha, lareiras, recipientes com brasas, entre outros. Ambas as estratégias para manter a casa quente apresentam riscos, por isso, ele alerta que é preciso estar atento. Não conectar diversos equipamentos elétricos na mesma tomada ou rede de energia e se certificar de que não sobraram brasas ou centelhas acesas antes de dormir são duas mudanças de hábito que podem ser decisivas para evitar incêndios (veja mais dicas abaixo).

Mas, e se o fogo já tiver começado? O sargento Lovatto explica que a principal recomendação para quem depara com um princípio de incêndio é levar em conta a garantia do seu principal bem: a vida. Por isso, caso o morador da residência não consiga conter um foco de incêndio pequeno em 30 ou 40 segundos, deve imediatamente se retirar do imóvel, junto com os outros residentes. E, então, já do lado de fora, buscar meios para acionar o 193, telefone de emergência do Corpo de Bombeiros. Enquanto esperam o socorro chegar, os moradores não devem, em hipótese nenhuma, retornar para casa para buscar bens materiais, documentos ou qualquer outro pertence que tenham esquecido. Além do fogo, o risco está na fumaça, que, quando inalada, pode causar intoxicação e levar à morte.

DICAS DE PREVENÇÃO

Para evitar sobrecarga elétrica:

Não colocar, na mesma tomada ou adaptador de tomada, mais de um equipamento elétrico, especialmente se forem aparelhos que necessitam de alta corrente;
Não conectar, na mesma rede de energia, equipamentos de alta demanda elétrica, como um chuveiro e um aquecedor;
Não trocar o disjuntor, caso o equipamento desative-se quando conectam-se vários aparelhos ao mesmo tempo na residência. A queda do disjuntor é um sinal de que a rede está sobrecarregada.

Para meios de aquecimento orgânico:

O principal cuidado é certificar-se de que não há brasas ou chamas acesas ao ir dormir;
Manter a porta do fogão a lenha fechada, para que fagulhas não escapem e deem início ao fogo;
Extinguir em definitivo todas as brasas da lareira ao deixar o cômodo. Por se localizarem perto do chão, de madeira ou carpete, as lareiras são elementos de risco para um princípio de fogo;
Deixar pelo menos parte de uma janela aberta ao fazer uso de fogões, lareiras ou outros aquecedores. Para manter as chamas acesas, esses meios de aquecimento consomem o oxigênio do ar e, se não houver ventilação externa, podem causar intoxicações.

RELEMBRE ALGUNS CASOS
Ao longo do mês, o Diário noticiou uma série de incêndios em residências habitadas. A maioria resultou em perda total do imóvel.

2 de maio

Casa na Estrada do Perau, entre Itaara e Santa Maria, foi tomada pelo fogo e ficou completamente destruída. Ninguém ficou ferido
Outra casa, no Bairro Passo das Tropas, registrou destruição completa no mesmo dia. O casal que morava no lugar inalou fumaça, sendo que um homem precisou de atendimento após ter queimaduras de 1º e 2º grau

4 de maio:

Após incêndio em uma casa, em Tupanciretã, um homem, identificado como Flávio Vanei da Silva, 55 anos, e um animal de estimação morreram

6 de maio:

Uma residência mista, de alvenaria e madeira, ficou com a estrutura comprometida após um incêndio, em Rosário do Sul. No local vivia uma família, que não estava em casa no momento do fogo, por isso, ninguém ficou ferido

16 de maio:

O fogo atingiu todos os 10 cômodos de uma casa, na área central de Tupanciretã. Selviro Fernandez, 40 anos, a mãe dele, Yara Fernandez, 66 anos, a avó dele, Nancy, 93 anos, e a tia, Inaiá, de 56 anos, morreram. Na época, a polícia trabalhava com a hipótese de que o fogo tenha começado na lareira da residência

19 de maio:

Uma casa, na Vila Brasília, Bairro Salgado Filho, em Santa Maria, registrou perda total após um incêndio. Os bombeiros trabalharam para evitar que as chamas atingissem as residências vizinhas. Ninguém estava e não houveram feridos

20 de maio:

Outro incêndio atingiu uma casa em Tupanciretã. Uma pessoa, que morava no local, estava em casa, mas não ficou ferida. O fogo atingiu principalmente a cozinha e os bombeiros suspeitam que tenha se iniciado por conta de um fogão a lenha

*Colaborou Chaiane Appelt

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