mundo animal

Mantenedouro São Braz ganha duas novas 'moradoras': uma jiboia e uma piton albina

Pâmela Rubin Matge

Fotos: Pedro Piegas (Diário)
Conservacionista Santos de Jesus Braz da Silva mostra uma das espécies recebidas

Tem urso, onça, macaco e diversas aves. Todos tratados com zelo. Para o diretor-fundador e conservacionista do Mantenedouro São Braz, Santos de Jesus Braz da Silva, as serpentes, que podem causar espanto a muita gente, são tão importantes como quaisquer outros animais. E é por isso que as últimas duas espécies que chegaram ao local no fim de fevereiro têm recebido todo o cuidado. Não é para menos, trata-se de uma imponente jiboia com cerca de 50 quilos e uma jovem piton albina, atualmente com cerca de dois metros, mas que pode passar dos 10.

A jiboia foi entrega espontânea do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. Já a piton albina foi destinada da Universidade do Vale do Taquari.

- Todos os seres são importantes. Quantos medicamentos e soros-antiofídicos são feitos? As serpentes também prestam serviço ao homem, ajudam no equilíbrio dos ecossistemas. É preciso superar esse misticismo de que quando se vê uma cobra, tem de matar. Não é bem assim. É preciso se defender. As peçonhentas se enrolam e se preparam para o bote; as não-peçonhentas costumam disparar. Elas não atacam o homem - defende Braz.

VÍDEO + FOTOS: Criadouro São Braz abre espaço para visitação do público

Segundo ele, a maioria dos acidentes com serpentes no Brasil, os ferimentos em humanos são dos pés ao joelhos e das mãos aos cotovelos, pelo fato de aproximações espontâneas ou não, por parte das pessoas.

AS SERPENTES
Piton albina

  • Tamanho - Atualmente tem dois metros de comprimento, mas pode alcançar 10 metros
  • Procedência - Chegou a Santa Maria no dia 26 de fevereiro por meio de uma entrega espontânea do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. É da região sul da Ásia
  • Alimentação - Pequenos mamíferos, roedores e aves
  • Não peçonhenta. É uma cobra constritora, isto é, quando caça uma presa, aperta e mata por sufocamento

Jiboia

  • Tamanho - Tem 2,60 metros e 50 quilos
  • Procedência - Encaminhada da Universidade do Vale do Taquari (Univats) a Santa Maria em 26 de fevereiro. É mais comum na região norte do país
  • Alimentação - Pequenos mamíferos, roedores e aves
  • Não peçonhenta. É uma cobra constritora, isto é, quando caça uma presa, aperta e mata por sufocamento

VISITAÇÃO
Desde o início de fevereiro, o Mantenedouro São Braz, antes chamado de criadouro, abriu espaço para visitação. O local, que fica na Estrada do Passo da Ferreira, em Boca do Monte, é legalizado há 23 anos pelo Ministério do Meio Ambiente e abriga cerca de 600 animais de 122 espécies. A área, de 32 hectares, onde o São Braz está há 25 anos, foi cedida pelo empresário Ari Glock. Médicos veterinários, biólogos e clínicas veterinárias auxiliam no cuidado dos animais, além da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com os exames patológicos e do Núcleo de Pesquisa de Animais Selvagens (Nepas) da mesma instituição para as necropsias e laudos de óbitos. 

Hoje, é um dos maiores criadouros conservacionista do Rio Grande do Sul, o primeiro em número de espécies. É um dos lugares no Estado que abriga animais vítimas de abandono, maus-tratos e do tráfico. O propósito é recuperá-los e devolvê-los à natureza. No entanto, em razão de sequelas físicas, nem todos têm condições de retornar ao habitat natural. 

O local vive da boa vontade e do voluntariado da sociedade, pois depende de doações de pessoas ou grupos que adotam e arcam com os custos para manter um animal. O serpentário, que abriga as duas novas moradoras, é um dos setores abertos à visitação. Atualmente, conta com sete animais, entre eles, as peçonhentas cobras cruzeira e jararaca. 

Como agendar 

  • É necessário organizar um grupo para visitar o espaço. Pode ser com família ou amigos. Não há número mínimo ou máximo de participantes 
  • É necessário agendar a visita até as sextas-feiras pelos telefones (55) 99967-7707 (Braz) ou (55) 99118-3480 (Sílvia)
  • Os ingressos custam de R$ 10 a R$ 15 por pessoa, dependendo do número de participantes
  • São dois dias de visitação: sábados e domingos à tarde

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