
Dores contínuas, dificuldade de locomoção e gastos que chegam a quase R$ 4 mil em despesas médicas. Desde que foi atacado por três cães, dois da raça pitbull, em São Gabriel, no último dia 1°, a vida do chapista automotivo Adriano Leites Portinho, 44 anos, mudou completamente. Agora, com o auxílio de uma muleta, ele tenta se adaptar à nova realidade enquanto se prepara para uma cirurgia de reconstrução dos ligamentos da perna direita.
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Naquela noite, a Brigada Militar colhia relatos dos moradores do bairro sobre outro ataque dos cães a um homem e outro animal, no dia anterior. Ao Diário, Portinho conta que foi surpreendido pelos cachorros quando voltava para casa após dar depoimento, e mesmo com um relho em mãos, não conseguiu conter os animais enfurecidos. Além da perna direita, ele também sofreu ferimentos nos braços e coxa.
Uma câmera de segurança flagrou o momento. Os vizinhos chamaram a Brigada Militar, que atirou contra os animais para cessar o ataque. O pitbull que mordeu Portinho foi atingido e morreu.
— Se a Brigada Militar e os vizinhos não tivessem me ajudado, eu teria morrido. Os cachorros tinham me matado. Naquele dia, a Brigada já tinha sido acionada por que eles estavam perturbando desde a manhã — relembra o empresário.
A dolorosa e cara recuperação

Portinho, que é dono de uma oficina de chapeamento e pintura, terá que passar por uma cirurgia na perna para reconstruir os ligamentos rompidos. Até que o procedimento seja realizado, ele segue um tratamento com remédios para dor, faz a troca do curativo frequentemente e conta com o auxílio de amigos para seguir em frente.
— Mal consigo tocar o pé no chão, a dor é fulminante. A mordida estraçalhou a minha perna. O meu pé está mole, "pendurado" na minha perna, não mexo para lado nenhum. Como sou diabético, a mordida demora ainda mais para cicatrizar. Não consigo trabalhar, estou sempre com dor, tomo muitos remédios, até para depressão. "Tô me virando", contando com a ajuda dos meus parentes e funcionários, mas não está fácil — contao chapista, que recebe apoio de parentes e funcionários para seguir a vida.
Para evitar o tempo na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), Portinho irá realizar a cirurgia particular. Na próxima segunda-feira (24), ele viaja até Santa Maria para realizar exames que devem apontar exatamente quais tecidos foram prejudicados.
Investigação
Portinho é morador do Bairro Pascotin há 15 anos, e conta que ele e os vizinhos já haviam enfrentado problemas com os animais soltos na rua. Segundo ele, os três cachorros pertencem ao mesmo dono. A pitbull fêmea não foi vista desde o ataque, enquanto o outro cachorro sem raça definida já está solto nas ruas novamente.
— Esses cachorros atacavam outros cachorros, e já mataram cães pequenos dos vizinhos. Mas, por último, estavam atacando as pessoas. Os donos sempre nos respondiam dizendo que os cachorros escapavam, e que não iriam morder ninguém. Agora, esconderam a cachorra e o outro pitbull morreu. Mas, em seguida, vai começar tudo de novo e eles aparecem por aí — afirma o chapista.
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso e apontar os tutores dos animais.