meio ambiente

Fumaça de queimadas da Amazônia e do Pantanal chega à região de Santa Maria

Natália Müller Poll

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Divulgação

O Brasil bate recorde ao registrar mês de setembro com maior número de focos de incêndio na Amazônia e no Pantanal. Na mesma semana em que se comemorou o Dia da Árvore, o país atingiu números extremos da destruição da fauna e da flora de dois dos principais ecossistemas do mundo. A quem pensa que o problema está longe de Santa Maria, engana-se. Dias atrás uma leitora do Diário enviou foto da sua piscina com resíduos da chuva escura que caiu na cidade. Atualmente, o ar segue com resíduos decorrente das fumaças das queimadas do Centro-Oeste do país. 

VÍDEO: programa Descarte Legal percorre Perpétuo Socorro nesta semana

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) localiza focos de incêndio por meio do satélite Aqua. Esses dados são diariamente publicados no relatório do Programa Queimadas, disponível no site do Inpe. Os 20 primeiros dias de setembro revelaram que a fumaça emitida nas queimadas se estende por mais de 4 mil quilômetros da América Latina, e já chegou em territórios vizinhos como Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. As imagens de satélite mostram que a fuligem atingiu até a região de Santa Maria.

O professor do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mauro Schumacher, diz que, hoje, são várias as substâncias que estão presentes no ar:

- Essas partículas são constituídas por uma complexa mistura de fuligem, alcatrão e substâncias orgânicas voláteis e microscópicas.

VÍDEO: como o Marco Legal do Saneamento pode impactar em Santa Maria

Ele explica que, além de reduzir a visibilidade em aeroportos e rodovias, as partículas podem absorver gases nocivos que já estão no ar em função da poluição.

- Essas partículas podem afetar condições respiratórias de pessoas sensíveis - conta.

BENEFÍCIOS
Cíclica, a natureza não falha nem em momentos de desastre ambiental. Schumacher conta que essa mesma fumaça que pode causar danos à saúde das pessoas pode trazer benefícios à natureza aqui. 

- Durante as queimadas, uma grande quantidade de elementos químicos essenciais à nutrição dos vegetais são lançados na atmosfera. À medida que este particulado vai sendo depositado sobre o solo e mesmo sobre os vegetais, a planta irá absorver parte dele para sua nutrição, e o solo pode ser melhorado quimicamente nos primeiros centímetros de profundidade - relata o professor.

Lixo acumulado chama atenção na Praia das Areias Brancas

SITUAÇÃO
Segundo o Inpe, em apenas 19 dias de setembro, o Pantanal apresentou 5.815 pontos de calor - número maior do que a média histórica, que é de 1.944 para os 30 dias. Em oito meses, a área queimada no bioma equivale a mesma destruição em seis anos.  

A Floresta Amazônica teve 26.656 focos de calor detectados. Em menos de 20 dias, o número já é 34% superior ao que foi registrado em setembro do ano passado, que registrou 19.925.

Ainda de acordo com o Inpe, o Pantanal e a Amazônia enfrentam o pior período de queimadas das últimas décadas.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Hospital da Brigada poderá não ter mais atendimento pediátrico

FOTOS + VÍDEO: empreendimento se fortalece como opção para público nerd Próximo

FOTOS + VÍDEO: empreendimento se fortalece como opção para público nerd

Geral