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Fé e recordações: como foi o feriado de finados em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário) 
Túmulo do menino Bernardo Boldrini, morto em 2014, foi um dos mais visitados no Cemitério Ecumênico Municipal 

Mesmo com o dia nublado e a sensação de abafamento, com a temperatura beirando os 30 Cº, muitos santa-marienses aproveitaram o feriado de finados para depositar flores e prestar homenagens aos entes que já se foram. Durante a tarde deste sábado, o movimento era intenso no Cemitério Ecumênico Municipal - o maior da cidade -, localizado no Bairro Patronato.

 

Logo na chegada, o colorido das flores que agricultores tradicionalmente vendem em frente ao cemitério chamava a atenção. Apesar da beleza dos arranjos e do preço considerado atrativo por muitos, com três flores saindo por R$ 10, o movimento não foi o esperado para os comerciantes. 

- Senti muito diferença em relação ao ano passado. As vendas diminuíram, ao menos, 80% de 2018 para cá - afirma a agricultora Gislaine Cechin, 43 anos, que, por volta das 15h, havia vendido cerca de 300 flores das mais de duas mil que havia levado para a porta do Ecumênico. 

Já do lado de dentro, centenas de pessoas depositavam arranjos e faziam orações pelos entes queridos. Em comum, a esperança de que as lembranças dos bons momentos vividos jamais se percam da memória. 

- O feriado nos faz pensar nos familiares queridos da gente. Meu sogro sempre vinha ao cemitério e dizia que, quando morresse, não iam se lembrar dele. E é justamente isso que viemos fazer aqui, mostrar que estamos presentes - relata a dona de casa Luiza Francisca Bernardes, 50 anos. 

Enquanto uns visitam túmulos que, na maioria das vezes, passam despercebidos pela maior parte da população, outros buscam fé e espiritualidade na lápide de Mariazinha Penna que, embora não seja reconhecida oficialmente como santa, tem milagres atribuídos e está no imaginário da fé santa-mariense. 

- Eu vim pedir graças para mim e para a minha mãe, para ela nos ajudar a terminar a nossa casa. Se der tudo certo, vou trazer um boquê de rosas pra ela - promete o desempregado Nariel Soares, 32 anos. 

Já do outro lado do cemitério, em um túmulo repleto de flores, está o corpo do menino Bernardo Boldrini, morto em abril de 2014. Próximo a lápide, ao menos dez pessoas faziam orações pela criança. 

- É muito importante essa homenagem. A gente só imagina a dor dos parentes que passaram por tudo isso. Não tem explicação. Enquanto não vim aqui, hoje, eu não descansei - desabafa a dona de casa Glades Moraes, 71 anos, que também foi visitar o túmulo da filha neste feriado. 

VANDALISMO 

Reclamação que já virou rotina entre os visitantes do cemitério, o vandalismo, mais uma vez, pegou de surpresa quem chegava para depositar flores ou simplesmente deixar o túmulo de um ente querido mais bonito. A dentista aposentada Maria Helena Moreira, 69 anos, encontrou a lápide onde está enterrada parte da família completamente depredada pela ação dos vândalos. 

- Hoje nós tivemos uma decepção, uma tristeza muito grande. Viemos homenagear os entes queridos e constatamos uma tristeza e um descaso que está havendo aqui dentro. Ninguém é responsável por absolutamente nada. 

Por meio de nota, a prefeitura de Santa Maria afirma que diariamente, das 16h às 7h, um vigilante realiza a segurança do Ecumênico. Além disso, segundo a prefeitura, são feitas rondas diárias da Guarda Municipal. 

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