As informações ainda são extraoficiais, mas o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deve retomar mesmo a proposta de construir a continuação da BR-392, entre Santa Maria e Santo Ângelo. O atual ministro Paulo Pimenta (PT), que havia lançado a ideia há 10 anos, falou recentemente em resgatar a proposta. E pelo que a coluna apurou, o Dnit deve lançar mesmo uma licitação para contratar um escritório de engenharia para fazer o projeto executivo da rodovia, que terá 235 km de extensão. Será preciso ter esse projeto pronto para, depois, obter as verbas e licitar a execução da obra.
Técnicos da empresa que já fizeram o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) para a futura rodovia estiveram na semana passada em São Pedro do Sul para pegar mais informações para audiências públicas, segundo o site Gazeta Hoje.
Há 10 anos, estimava-se em R$ 1,6 bilhão de custo para a obra. Agora, não há valores exatos.
A rodovia seria uma alternativa para desafogar a BR-158, entre Santa Maria e Cruz Alta, e reduziria talvez o fluxo pela BR-287, entre Santiago e Santa Maria. Pelo traçado proposto, a nova rodovia começaria perto do Passo do Verde e iria em direção ao distrito de Santa Flora, tornando-se uma opção de ligação asfáltica para a localidade. Também desviaria o tráfego de carretas que hoje passa no perímetro urbano de Santa Maria. Depois, a rodovia cortaria a Faixa de Rosário e a BR-287, entre Santa Maria e São Pedro, seguindo para o Noroeste e passando perto de Toropi, Jari e a localidade de Espinilho Grande, até chegar perto de Entre-Ijuís e Santo Ângelo.
Além de vantagens para desafogar o tráfego pesado de carretas na BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, a rodovia levaria uma nova onda de desenvolvimento para essa região, que ainda tem uma espécie de vazio, com muito campo e poucas cidades. A ligação asfáltica provocaria valorização de terras e facilitaria o desenvolvimento econômico dessa área rural e também das cidades envolvidas. Com isso, a longo prazo, poderia reduzir o êxodo desses pequenos municípios e, possivelmente, geraria mais oportunidades e empregos.
O custo é elevado e, talvez, valesse mais a pena investir essa verba em duplicação de rodovias federais já existentes. Porém, pensando a longo prazo, é um investimento necessário e que vai trazer retorno.