Foto: Arquivo Pessoal
Projeto voluntariado "Panelas do Bem", que distribui cerca de 400 refeições por mês a pessoas em situação de rua.
Celebrado em 28 de agosto, o Dia Nacional do Voluntariado foi instituído pela Lei nº 7.352, de 1985, com o objetivo de valorizar e incentivar as ações solidárias em todo o país. A data reconhece o papel essencial de pessoas e grupos que atuam de forma voluntária para transformar realidades em suas comunidades.
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De acordo com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil, o Brasil conta com mais de 340 mil organizações cadastradas, sendo cerca de 27 mil no Rio Grande do Sul. A prática voluntária mais comum envolve a distribuição de alimentos e roupas, seguida por atividades de educação, esporte e cultura. Embora a faixa etária predominante seja entre 30 e 50 anos, observa-se um aumento significativo da participação de jovens após a pandemia e, mais recentemente, em função das enchentes de 2024 no estado quando diversas pessoas se mobilizaram para ajudar as famílias afetadas com a tragédia.
Em Santa Maria, não há um levantamento oficial que dimensione o número de grupos e voluntários atuantes. Porém, estima-se que sejam centenas de iniciativas e milhares de pessoas engajadas, desde clubes de serviço e ONGs até movimentos independentes. O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Juliano Soares, afirma que um mapeamento detalhado é uma das metas da pasta.
– Não conseguimos contabilizar todos os tipos de atividades voluntárias desenvolvidas na cidade. É um objetivo a ser cumprido, mas a alta demanda de trabalho da secretaria tem impedido esse levantamento – explica o secretário.
Um dos exemplos da força do voluntariado em Santa Maria é o projeto "Panelas do Bem", coordenado por Clarício Severo Marques, 57 anos, mais conhecido como "Katito". Há cerca de sete anos, ele reúne voluntários todas as quartas-feiras para distribuir cerca de 400 refeições por mês a pessoas em situação de rua. A ideia surgiu quando ele percebeu o desperdício de alimentos ao final de uma das feiras onde trabalha vendendo erva-mate.
– Desde a pandemia e ainda mais depois das enchentes, aumentou muito o número de pessoas vivendo nas ruas, são centenas. Nós sentimos que o nosso trabalho é uma forma de acolher e dar dignidade para essas pessoas, porque poderíamos estar em casa no ócio, mas estamos aqui fazendo algo pelo ser humano e é isso o que nos move – relata Katito.