Foto: Ronald Mendes (Diário/Arquivo)
Paradas de ônibus como a da Rio Branco é a mesma hà 30 anos.
O Diretório Central das e dos Estudantes (DCE) da UFSM avaliou a publicação do edital de licitação do transporte público como um "primeiro passo", mas aponta duas ausências que considera fundamentais no documento: um plano para reduzir o valor da passagem e um compromisso de investimentos em infraestrutura urbana por parte da prefeitura. A análise foi feita por Luiz Bonetti, representante do DCE, em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da rádio CDN (93,5 FM), na manhã desta quarta-feira (23).
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Segundo Bonetti, o DCE está realizando uma análise aprofundada do edital. Ele reconhece avanços, como o aumento da frota e das linhas, mas afirma que o principal problema do sistema não foi atacado.
– A gente compreende que essa licitação não ataca uma questão que ela é fundamental, que é o valor da passagem. Se a gente não ataca a discussão sobre o preço da passagem, a gente segue impedindo que boa parte da população possa de fato acessar o serviço - afirmou.
A defesa da Tarifa Zero
Para o DCE, a solução para o transporte público passa pela implementação da "Tarifa Zero" ou do passe livre, financiada por um Fundo Municipal do Transporte. Bonetti lembrou que a criação deste fundo já foi aprovada no Plano Plurianual (PPA) da cidade, por meio de uma emenda na Câmara de Vereadores.
– Existe um caminho que está sendo traçado. A questão é se vai haver vontade política para que isso aconteça. E nós, o DCE, vamos ser muito parceiros para fazer essa cobrança - disse Bonetti.
A contrapartida da Prefeitura
A segunda grande crítica do DCE é a falta de uma contrapartida de investimentos por parte do poder público no edital. Bonetti argumenta que, além de exigir melhorias nos ônibus, a prefeitura precisa se comprometer a qualificar a infraestrutura da cidade para o transporte coletivo.
– A gente sente essa ausência dentro dessa licitação - comentou.
Entre os pontos citados estão a má qualidade das ruas, a necessidade de expandir os corredores exclusivos para ônibus e, principalmente, a precariedade das paradas de ônibus.
– Tem vários lugares na cidade que sequer tem uma parada coberta. As pessoas ou têm que ficar sob o sol ou têm que ficar sobre a chuva ou sobre um frio intenso - detalhou.
O DCE afirma que continuará analisando o edital e acompanhando o processo, e que irá atuar junto à Câmara de Vereadores e associações de bairro para pressionar o Executivo por essas melhorias.