Foto: Vinicius Becker
A Azul Linhas Aéreas anunciou, na segunda-feira (11), o encerramento de operações em 14 cidades brasileiras, como parte de um processo de reestruturação que envolve redução de rotas e concentração de voos em seus principais hubs: Viracopos (Campinas-SP), Confins (Belo Horizonte-MG) e Recife-PE.
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A medida, segundo a companhia, é resultado de uma “racionalização” iniciada em julho e leva em conta fatores como aumento dos custos operacionais, crise na cadeia de suprimentos, alta do dólar, disponibilidade de frota e o atual processo de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
Com a decisão, deixam de receber voos da Azul as cidades de Crateús, São Benedito, Sobral e Iguatú (CE); Campos (RJ); Correia Pinto e Jaguaruna (SC); Mossoró (RN); São Raimundo Nonato e Parnaíba (PI); Rio Verde (GO); Barreirinha (MA); Três Lagoas (MS) e Ponta Grossa (PR).
Em Santa Maria
A situação reforça um cenário que já afeta Santa Maria desde 1º de agosto, quando a companhia suspendeu os voos diretos para Campinas-SP, passando a operar apenas a rota para Porto Alegre três vezes por semana. A perda da conexão com o principal centro econômico do país é tratada como retrocesso por lideranças locais, que articulam alternativas, como a ampliação da pista do Aeroporto Municipal para permitir a operação de aeronaves maiores e a negociação de novas rotas. A obra, que levaria ao menos dois anos após aprovação, é estimada em mais de R$ 25 milhões e dependente de autorização da Aeronáutica e liberação de verba pela Secretaria de Aviação Civil.
O fim do voo Santa Maria–Campinas foi sentido por passageiros e setores estratégicos da cidade. A comunidade universitária, empresários e famílias relataram que a mudança aumentará o tempo e o custo de deslocamentos, já que a alternativa é viajar até Porto Alegre para conexões nacionais e internacionais. Paralelamente, a prefeitura busca ampliar as frequências para a capital gaúcha, com o objetivo de oferecer voos diários e facilitar conexões.
Recuperação judicial
No âmbito financeiro, a Azul busca levantar US$ 950 milhões em investimentos por meio de acordos com credores e parceiros estratégicos, incluindo as norte-americanas United e American Airlines. A reestruturação total é estimada em cerca de US$ 1,6 bilhão. A empresa afirma que as operações e vendas seguem normalmente e que todos os bilhetes, benefícios e pontos do programa Azul Fidelidade serão mantidos.
*Com informações de Agência Brasil