Foto: Daisson Flach
Um dos maiores compositores do Brasil e parte viva da história da Música Popular Brasileira, João Bosco, se apresenta neste sábado, 24 de setembro, às 19h30min, no Palco Bell’Anima, no Recanto Maestro, localizado entre os municípios de Restinga Seca e São João do Polêsine, a 30 km de Santa Maria. A apresentação celebra os 50 anos de carreira desde que o cantor e compositor mineiro foi apresentado ao grande público, e traz um repertório que inclui clássicos como O Bêbado e a Equilibrista, Papel Maché, Kid Cavaquinho, De Frente Pro Crime e Jade. O músico respondeu questões propostas pelo editor de cultura do Diário, Cassiano Cavalheiro. Confira o bate-papo.
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Cassiano – Como avalia o cenário musical atual? Estão nascendo novas músicas com potencial para se tornarem inesquecíveis?
JB – A música é dinâmica e seu processo é contínuo. O tempo/espaço onde as coisas acontecem são cada vez mais urgentes. O que acontecia na música nos anos 1940 reverberaram por décadas. Poderia dizer o mesmo para os anos 1960. E esse curso, “evolução”, não é um fenômeno local e sim global. As gerações que vão surgindo têm suas próprias necessidades/escolhas. Aquilo que entendo por clássico só se define concretamente quando a gente de depara com ele, antes disso, fica difícil antecipá-lo.
Cassiano – Como é estar na estrada aos 76 anos? Qual a melhor parte e o maior desafio desse fato?
JB – A música é o que me move. Faço música, logo existo. Na verdade, o fundamental para mim é o desejo de ir ao encontro da música seja nos palcos, solo ou compartilhando as ideias musicais com outros instrumentistas ou no meu cantinho com o meu violão, compondo. A melhor parte e o maior desafio é não perder esse desejo.
Cassiano – O Bêbado e a Equilibrista marca o período da anistia e do declínio da Ditadura Militar no Brasil. Você acredita que a música segue atual? Como você resumiria a realidade política/cultural do país?
JB – Na minha opinião, infelizmente, estamos vivendo momentos de ameaça à democracia e isso historicamente nos faz regredir aos tempos que pensávamos ter superado. Também é importante dizer que esse estado de acontecimentos vem se dando em outros países do mundo.
Cassiano – Como foi montar o repertório desse show que chega à região de Santa Maria?
JB – O show é o Abricó de Macaco. Como compositor, é importante para mim que, ao lado de um repertório autoral mais recente, eu também possa fazer algo retrospectivo que eu considero interessante. O JB Quarteto é composto de grandes instrumentistas brasileiros que conhecem bem a minha trajetória ao longo desses anos. Por isso, temos uma grande liberdade de escolha do que iremos tocar aceitando as influências do momento como a receptividade do público, por exemplo.
Cassiano – Você tem boas histórias com o Rio Grande do Sul? Pode citar alguma curiosidade?
JB – São muitas as histórias que me ligam ao Rio Grande do Sul. Muitas mesmo! Tenho 50 anos de amigos no Rio Grande do Sul. Mas eu gostaria de destacar um show que fiz em homenagem à Elis Regina no bairro onde ela nasceu. Isso está gravado em meu coração por toda minha vida.
Agende-se
O que – João Bosco: 50 anos de CarreiraQuando – Sábado, dia 24, às 19h30minOnde – Palco Bell’Anima, no Recanto MaestroQuanto – R$ 200 inteiro e R$ 100 meia, no Guichê Web
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