meio ambiente

Aumento de manada de javalis em Santa Flora preocupa produtores rurais

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: divulgação

Os pequenos produtores rurais do distrito de Santa Flora estão preocupados com o avanço da manada de javalis selvagens na região. O animal é considerado um pesadelo para aqueles que criam porcos domésticos, já que causam prejuízos não só na lavoura: quando um javali invade um chiqueiro, cruzam com as porcas no cio. O resultado disso é o surgimento de um animal híbrido, chamado de javaporco, cuja reprodução não é permitida, já que a espécie híbrida é considerada uma praga invasora.

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Há cerca de duas semanas, após uma denúncia, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) efetuou uma fiscalização em algumas propriedades do distrito e notificou os produtores que estariam criando javaporcos a providenciarem o abate destes animais. De acordo com Célio Luiz Fontana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria, quatro propriedades foram notificadas e dois produtores foram multados. Desde 2013, a caça de javalis e javaporcos é liberada no Brasil como forma de controle populacional da espécie. A falta de ações para restringir a disseminação na Região Central, contudo, tem gerado dor de cabeça aos pequenos produtores.

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- O javali é um animal exótico. Os agricultores daquela região sempre têm algum porco domesticado. Ocorre que o javali acaba invadindo os chiqueiros e dessa cruza nasce o javaporco. Nossa preocupação, é que, futuramente, se não tivermos o abate dos javalis, o pequeno produtor vai perder tudo, porque eles invadem a roça. Em Palma e Arroio do Só, tem uma manada de 100 javalis. Já avistaram em Boca do Monte também, eles estão avançando. E se não tivermos um controle, dentro de poucos anos vai se tornar inviável criar porcos - comenta Celio.

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A advogada de um dos produtores rurais notificado a providenciar o abate diz que o cliente foi multado em R$ 70 mil pela criação indevida de javaporcos. Ela relata que o Ibama, inclusive, chegou a ir até a propriedade rural no último dia 29, para abater os animais, mas acabou dando um prazo de 10 dias ao produtor para que ele se responsabilize pelo abate dos 32 animais criados no local.

- Nenhum animal foi submetido a algum exame específico para determinar se é híbrido ou não. Mas o produtor, que é um senhor já de idade e com pouco estudo, vai providenciar. O abate tem que ser feito por quem tem autorização do Ibama, pois tem que se observar uma série de critérios legais. Mas o que tem que ser feito é o controle desses javalis selvagens. A manada está só crescendo e assim ninguém mais vai criar porco na região. O meu cliente já disse que vai fazer o que tiver que fazer agora, mas que vai acabar com a criação dele - relata a advogada Caroline Paiva.

Além de cobrar uma ação específica direcionada ao manejo de javalis na região, os produtores também questionam a maneira com que o abate de animais em uma das propriedades foi conduzido. Conforme o Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria, 11 animais teriam sido abatidos a tiros.

- Não estamos recriminando o órgão A, B ou C. Se existe uma lei, ela deve ser cumprida. Mas a forma como agiram, dando tiros de calibre 12, invadindo os chiqueiros, matando os porcos na frente de crianças pequenas, no nosso entendimento é errada. Essa criança vai ficar com um trauma para o resto da vida. Tem que dialogar, dar uma morte digna para o animal, sacrificar ele de outra forma, não brutalmente, dando três ou quatro tiros. Os produtores não são criminosos. Queremos que alguém nos oriente, com diálogo - indaga Fontana.

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O Diário procurou o Ibama de Santa Maria para elucidações sobre o assunto, mas o responsável na cidade disse que não estava autorizado a dar entrevistas. A assessoria de comunicação do Ibama em Brasília ainda não respondeu aos questionamentos enviados por e-mail ao órgão na semana passada.

Na próxima terça-feira, uma reunião entre o Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria e o Ibama de Porto Alegre vai discutir o assunto. A reunião foi solicitada por meio da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa.

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