Foto: Vinicius Becker/Diário
O nevoeiro denso tem sido presença constante na rotina dos santa-marienses há mais de duas semanas, principalmente nas primeiras horas do dia, e deve seguir pelo menos até quarta-feira (23). A explicação do fenômeno, também conhecido popularmente como cerração, está na combinação de fatores típicos do inverno.
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De acordo com o meteorologista Gustavo Verardo, da BaroClima Meteorologia, esse cenário favorece a formação do nevoeiro, especialmente nos meses de junho e julho, quando as condições são mais propícias. Ele explica que a neblina observada recentemente está associada a ventos de leste que trazem umidade do mar para o interior, fenômeno conhecido como nevoeiro marítimo. A presença desse ar úmido, somada à calmaria dos ventos e ao resfriamento noturno, cria o ambiente ideal para a formação do fenômeno.
Segundo Verardo, o nevoeiro ainda pode marcar as manhãs desta terça (22) e quarta-feira (23). Depois disso, porém, a tendência é de mudança. Na próxima semana, com a chegada de maior umidade, chuva e virada dos ventos, as condições deixam de ser favoráveis à formação da cerração. Assim, é possível que o fenômeno não seja observado até o fim do mês de julho, a partir de quinta-feira (24). Porém, o meteorologista ressalta que a presença de nevoeiro só pode ser estimada em curto prazo, com previsão confiável entre cinco e sete dias de antecedência.
Outro fator que contribui para a intensidade do fenômeno em Santa Maria é o relevo. Por estar localizada em uma área de menor altitude, a cidade tende a reter o nevoeiro por mais tempo. Um exemplo disso ocorreu no dia 14 de julho, quando Santa Maria teve máxima de apenas 15°C sob neblina, enquanto outras cidades mais elevadas da região, como Cruz Alta, Tupanciretã e Santiago — que ficaram fora da faixa de influência do nevoeiro — registraram temperaturas bem mais altas, entre 25°C e 26°C.