solidariedade

Após post, casal ajuda mãe a realizar aniversário para filho em Santa Maria

Victoria Debortoli

Fotos: arquivo pessoal

O aniversário é uma data de comemoração. Entre as mais diversas formas de celebrar, uma das mais tradicionais é reunindo os amigos e familiares para cantar parabéns e dividir um bolo. Era isso que a dona de casa Taís Alves da Silva, 20 anos, queria proporcionar ao seu filho Dherick Thomas no dia em que ele completasse dois anos. Só que a situação financeira a impediu de qualquer gasto e então ela recorreu a solidariedade: no início deste mês, Taís fez uma publicação no Facebook pedindo a doação de um simples bolo. 

- A gente estava se planejando para poder dar um bolinho pra ele. Só que uns dias antes, nossa situação apertou. Eu estou desempregada e meu esposo também não tem um emprego fixo. Eu só queria poder fazer meu filho feliz - relata a jovem. 

Só que o pedido de ajuda se tornou um alvo para comentários de ódio. Até que a assistente social Marielle Machado, 25 anos, comovida com a história, entrou em contato com Taís. 

- Aquele post dela apareceu para mim e quando eu vi que tinham mais de 400 comentários fiquei muito feliz, pois pensei que tinha muita gente querendo ajudar. Só que quando eu fui ler, todos eram criticando e xingando, falando inclusive que ela queria comer um doce nas custas do filho. Aquilo me entristeceu e eu propus ao meu noivo, que é confeiteiro, de fazermos um bolo e levar para ela. A gente não tem muito, nossa situação financeira não está das melhores, mas a gente podia ajudar - afirma Marielle. 

Junto com o noivo, Matheus, eles conseguiram arrecadar ainda refrigerante e levaram até a casa de Taís no dia 7 de julho. A dona de casa mora junto com o filho, o esposo e o cunhado. 

- Eu fiquei muito feliz e o Dherick também. Me entristeceu ver todos aqueles comentários maldosos, mas ainda bem que tem gente de bom coração - completa Taís.

RETRIBUIÇÃO
A assistente social conta que esse ato foi uma das formas de retribuir a ajuda que recebeu quando mais nova. Ela e a irmã foram criadas sozinhas pela mãe em Santa Maria e passaram por dificuldades. Há quatro anos, ela criou o projeto Metamorfose, um grupo no Facebook, onde são compartilhados vagas de emprego e ações para ajudar a comunidade. 

- Eu me emociono muito com tudo isso, porque minha mãe sempre batalhou para dar as coisas para gente, mas eu já vi muito minha mãe chorar quando o dinheiro não era suficiente. Quando minha irmã fez 15 anos, lembro que ela foi até uma rádio da cidade pedir para que alguém pudesse fazer uma foto produzida dela, era só o que ela queria, para poder guardar de lembrança. No final, a gente conseguiu doações para fazer uma festa. O Matheus, meu noivo, também passou muita dificuldade. Ele veio para a cidade com 17 anos e passou muito trabalho - relata a assistente social. 

Após a entrega do bolo, Marielle fez um desabafo nas redes sociais. O post viralizou e a história ficou conhecida em todo o país. 

- Eu não fiz aquele post para me aparecer, mas para chamar a atenção das pessoas sobre tanta falta de empatia. Se as pessoas não querem ajudar, não tem problema, mas não precisa ficar disseminando ódio daquela forma. É preocupante - conta a assistente social. 

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