Começou, neste domingo, o horário de verão em boa parte do Brasil. Até fevereiro, os períodos de luminosidade dos dias serão mais longos. Para o motorista Adelar Garcia Furquim, 44 anos, o horário de verão significa muito mais segurança durante o trabalho. Nesta segunda-feira, ele completa 11 anos de trabalho para uma empresa de transporte intermunicipal. Antes, já trabalhava como motorista de caminhão. Furquim conta que, na estrada, a hora a mais de luminosidade no fim do dia faz muita diferença.
– Com certeza, é bem melhor dirigir com luz. À noite, tem os faróis, mas a gente é favorecido com o horário de verão para ver melhor os animais na pista, os pedestres e os andarilhos na estrada também – diz.
Segundo o motorista, na vida pessoal, o horário de verão também tem sido benéfico.
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– Nossa escalada de trabalho é variada, mas digamos que eu tenha trabalhado até 17h, dá para chegar em casa e ainda passear, aproveitar o dia – comenta Furquim, que é casado e tem uma filha de 19 anos.
Novos hábitos
Mesmo com batedeiras industriais, fornos e amassadeiras ligadas durante muitas horas, uma padaria no centro de Santa Maria não sente mudanças no gasto com energia elétrica durante o horário de verão. De acordo com a estagiária de Engenharia de Produção, Bruna Karten Bellin, a padaria vende cerca de 4 mil pãezinhos diariamente, fora os pães usados em lanches.
– Com o horário de verão, essa produção não muda, o que muda é que os clientes vêm comprar mais tarde – diz Bruna.
Para o padeiro Fabiano de Niz da Silva, 22 anos, com o horário de verão, aumenta o calor que ele sente lidando com o forno da padaria. Mesmo assim, Silva conta que o trabalho é o que quer fazer pelo resto da vida.
– Eu gosto de fazer tudo e penso em ir aperfeiçoando as técnicas com o tempo, só isso – declara Silva.
Para a padeira Alice Borges, 31 anos, a uma hora a menos no início do horário de verão faz falta no sono, mas nada que não possa ser compensado com uma boa noite de repouso.
– Eu nem noto a diferença, a gente está sempre trabalhando, lidando com as coisas – diz.
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Especialistas falam sobre a fase de adaptação
De acordo a psicóloga Carina da Silva Vieira, o mal-estar que algumas pessoas podem sentir nas duas primeiras semanas da mudança de horário está relacionado com o período de sono e os hormônios, principalmente o cortisol, que é o hormônio que controla o estresse.
– A questão biológica e a psicológica está interligada, porque o organismo possui um ciclo, que em 24 horas é regulado pela questão hormonal e do descanso, junto com a regulação dos órgãos – afirma Carina.
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De acordo com a psicóloga, a alteração do horário afeta principalmente as crianças e os adolescentes, porque os adultos se acostumam com mais facilidade a mudanças de horário e temperatura.
No mercado de trabalho, os profissionais precisam ficar atentos à organização e ao comportamento dos funcionários, e serem maleáveis, de acordo com a coordenadora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Metodista de Santa Maria, Márcia Landerdahl Maggioni.
– Toda e qualquer alteração que exista nas pessoas vai ter um impacto na vida e na rotina delas. Então, não se recomenda, assim que muda o horário, que as pessoas sigam em seu ritmo normal – orienta.
A professora também acredita que o efeito do horário de verão não deve durar mais do que duas semanas.
DICAS
- Dormir uma hora a mais durante a primeira semana
- Alterar os horários de alimentação gradualmente
- Alimentar-se e hidratar-se bem
- No trabalho, fazer a rotina menos pesada nas primeiras horas de expediente
- Praticar exercícios físicos no horário em que se sentir mais confortável
- Dormir em ambiente escuro, mesmo com claridade externa
- Ficar atento a mudanças de humor e irritação, principalmente nas crianças e adolescentes