Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)
O Pampa, bioma exclusivo do Rio Grande do Sul no território brasileiro, perdeu 30% de sua vegetação nativa entre 1985 e 2024. O dado, divulgado nesta quarta-feira (13) pelo MapBiomas, coloca a região como a que mais sofreu proporcionalmente com a conversão de áreas naturais no país nas últimas quatro décadas.
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Foram 3,8 milhões de hectares suprimidos, um cenário que reflete a pressão histórica e crescente de atividades como a agropecuária sobre o ecossistema.
No Brasil
O levantamento mostra que, no Brasil, a área de vegetação nativa convertida no período é superior ao território da Bolívia: 111,7 milhões de hectares, ou 13% do território nacional. A maior parte dessa transformação foi para pastagens (62,7 milhões de hectares) e agricultura (44 milhões de hectares). No Rio Grande do Sul, 30% da área total do Estado já está ocupada por lavouras.
Apesar de o Cerrado e a Amazônia concentrarem as maiores perdas absolutas, com 40,5 milhões e 52,1 milhões de hectares, respectivamente, o Pampa chama atenção pela intensidade proporcional da degradação. O bioma, formado por campos nativos e fundamental para a biodiversidade e a pecuária extensiva, sofre com a conversão acelerada e fragmentada, o que compromete sua capacidade de regeneração.
O estudo também revela que a conversão de áreas naturais no país se intensificou entre 1995 e 2004, quando 44,8 milhões de hectares foram transformados, principalmente para a expansão agrícola. Nos últimos dez anos, a degradação voltou a crescer, mesmo com ritmo menor de abertura de novas áreas para cultivo, impulsionada por setores como mineração e infraestrutura.
Considerado o mapeamento mais completo já feito no Brasil sobre uso do solo, o trabalho do MapBiomas abrange 40 anos de dados e 30 classes diferentes de uso da terra, incluindo, pela primeira vez, o registro de usinas fotovoltaicas.
*Com informações de Agência Brasil