Foto: Pablo Iglesias
Em protesto contra a decisão, Flávio Silva e alguns integrantes da associação colocaram nariz de palhaço em frente ao TJRS, em Porto Alegre
O presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio Silva, manifestou-se nesta terça-feira (26) após a decisão da 1ª Câmara Criminal Especial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) pela redução das penas dos quatro réus do caso Kiss.
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Para Silva, a decisão seria parcial do julgamento de redução de pena dos réus. Ainda segundo ele, o grupo deve recorrer das decisões até a última instância.
– Estamos fazendo um grande papel de palhaço. Mataram 242 filhos nossos e tiveram suas penas reduzidas. É aquela história que se repete: a polícia prende, o juiz solta. Aqui o júri condena, e o tribunal resolve amenizar a pena. Aqui no tribunal nós nunca tivemos êxito nos nossos recursos. É um julgamento totalmente injusto. Vamos recorrer até a última instância, que neste caso é o Superior Tribunal de Justiça.
Cerca de 30 pessoas, entre familiares e sobreviventes, acompanharam a decisão desta terça em Porto Alegre. Em sinal de protesto contra o resultado do julgamento desta terça-feira, Flávio Silva e alguns integrantes da AVTSM usaram nariz de palhaço vermelho em frente ao prédio do Tribunal de Justiça.
O julgamento
A 1ª Câmara Criminal Especial do TJRS decidiu pela redução das penas de Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Londero Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão em julgamento realizado nesta terça-feira, em Porto Alegre.
Após votos da relatora Rosane Bordasch e dos desembargadores Luiz Antônio Alves Capra e Viviane de Faria Miranda, o Tribunal determinou a redução de 18 para 11 anos de reclusão para Marcelo e Luciano. Para Mauro, a pena foi reduzida de 19 para 12 anos. Já a sentença de Elissandro diminuiu em 10 anos, passando de 22 para 12 anos de prisão.
A sessão julgou o recurso de apelação dos quatro réus do caso da boate Kiss. Todos permanecem presos. Ainda cabe recurso.
O julgamento foi realizado no plenário do 13º andar do TJRS, em Porto Alegre, e transmitido pelo YouTube do Tribunal.