lotação

Média geral de candidatos por sala no Enem foi reduzida em apenas 19,8%

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Pedro Piegas (Diário)

A média geral de candidatos por sala de aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) será menor do que na última edição. No entanto, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pela prova, não garante que todos os locais foram organizados para receber menos de 50% da capacidade.

Com 5.687.397 inscritos, o Enem será aplicado em 205 mil salas em todo o país -uma média de 27,7 candidatos por ambiente. No ano passado, com 5.095.388 participantes, a média foi de 34,5 pessoas por sala. Um recuo de 19,8%.

Apesar da redução geral, o Inep não respondeu se todas as salas foram organizadas para receber menos de 50% da capacidade, como havia divulgado que faria, nem se há um número máximo de participantes por ambiente.

Para especialistas, ainda que haja uma redução geral na ocupação das salas, a medida não é suficiente para assegurar condições sanitárias adequadas, já que não há garantia de que todos os ambientes têm dimensões suficientes para o distanciamento seguro e ventilação.

A reportagem apurou que a principal aposta do órgão para garantir distanciamento seguro nas salas é o aumento da abstenção. Os próprios integrantes do Inep e do Ministério da Educação veem como positiva a perspectiva de que muitos candidatos deixem de ir fazer a prova.

'Não há previsão de adiarmos o Enem', diz presidente do Inep

Historicamente, a taxa de abstenção do Enem é de cerca de 25%. Integrantes do ministério avaliam que esse número pode chegar a 40% nesta edição.

"Rejeitam o adiamento sob o argumento de que os candidatos serão prejudicados. Eles já foram prejudicados, muitos não vão fazer a prova por medo. Deixar o Enem acontecer dessa maneira é reforçar desigualdades", disse Maria Inês Fini, que foi presidente do Inep no governo Temer.

Para ela, ainda que a organização da prova, que será aplicada pela Cesgranrio, tenha capacidade para garantir o cumprimento dos protocolos dentro das salas, há riscos em situações anteriores à entrada dos candidatos.

Para Chico Soares, que presidiu o Inep no governo Dilma, a ausência de diálogo com os envolvidos na realização da prova (candidatos, autoridades municipais e estaduais da área da saúde e educação) aumentou a sensação de insegurança.

"Não há uma decisão fácil nessa situação, em qualquer decisão haverá perdas. Uma boa liderança teria consultado os envolvidos e verificado as condições de cada região do país, isso não pode ser ignorado nesse momento, mas nada disso foi feito."

Abertas as inscrições para 825 vagas no Politécnico e Ctism

Nesta quinta (13), a Justiça Federal barrou a aplicação do Enem no Amazonas devido ao colapso do sistema de saúde com a explosão de infecções e mortes no estado. Apesar da situação de calamidade, o Inep recorreu da decisão e ameaçou as autoridades locais de que não permitirá que os candidatos possam fazer o exame em nova data.

"Explicamos ao Inep a situação que estamos vivendo e que todo o mundo está vendo, não podemos fazer o Enem neste momento. Sem nenhuma dúvida, prefiro salvar vidas a fazer uma prova que poderia ser adiada", disse o secretário de Educação de Manaus, Pauderney Avelino.

A realização do Enem neste domingo (17) preocupa autoridades sanitárias de todo o país. Na segunda (11), o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) enviou carta ao MEC pedindo o adiamento diante do "comportamento assimétrico e de franca expansão da pandemia no Brasil".

"O risco não é só para os candidatos, mas para toda a sociedade. Estamos mobilizando mais 5 milhões de pessoas, que vão se locomover até os locais de prova e depois voltar para suas casas, onde moram com pais, avôs", disse Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

Termina nesta sexta-feira inscrição para a primeira seleção de 2021 do ProUni

Segundo ela, a realização do Enem pode aumentar a circulação do vírus até mesmo em cidades que não têm aplicação da prova, já que moradores dessas localidades se deslocarão para municípios maiores para fazê-la.

"O risco que corremos é de distribuirmos ainda mais a pandemia pelo Brasil com os deslocamentos que vão ocorrer. Locais que estavam com a situação mais controlada podem ter piora", disse.

Silva compara a situação às eleições de outubro. "Dias depois vimos o aumento de casos em todo o país. E naquele caso, as pessoas ficavam poucos minutos nas escolas para votar. Agora, o governo federal vai aglomerar milhões de alunos por 5 horas dentro de uma sala para fazer a prova."

Procurado, o Inep não respondeu a nenhum dos questionamentos da reportagem.

(Com informações da Agência Brasil)

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Período de solicitação de transferências e reingresso escolar abre nesta segunda-feira Anterior

Período de solicitação de transferências e reingresso escolar abre nesta segunda-feira

Próximo

Tudo o que você precisa saber para o Enem 2020

Educação