Com vetos para mudanças no Enem, lei que altera o Novo Ensino Médio é sancionada

Com vetos para mudanças no Enem, lei que altera o Novo Ensino Médio é sancionada

Foto: Beto Albert (arquivo)

A lei que muda a estrutura do Novo Ensino Médio foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Porém, há vetos a trechos que tratavam de mudanças na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A Lei nº 14.945/2024 foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (1º).


O que muda

  • A implementação das reformas deve ocorrer já em 2025, no caso de alunos ingressantes no Ensino Médio. Os que já estiverem nesse nível de ensino terão um período de transição;
  • Ampliação da parcela de conteúdos da formação básica curricular – as disciplinas tradicionais, como português, matemática, física, química, inglês, história e geografia, conforme delineado pela Base Nacional Comum Curricular;
  • A carga horária da formação geral básica nos três anos de Ensino Médio voltará a ser de 2,4 mil. Mais 600 horas obrigatórias deverão ser preenchidas com disciplinas dos itinerários formativos, nos quais há disciplinas opcionais à escolha do aluno. A carga horária total será, então, de 3 mil horas: 1 mil para cada ano, dividido em 200 dias letivos de cinco horas cada;
  • A reforma aumentou para 2,1 mil horas a formação geral básica também no ensino técnico. As demais 900 horas devem ser dedicadas ao ensino profissionalizante, totalizando as 3 mil horas da carga total. Para profissões que exijam tempo maior de estudo, 300 horas da formação geral poderão ser utilizadas para o aprofundamento de disciplinas que tenham relação com o curso técnico –por exemplo, mais física para alunos de eletrotécnica;
  • Apenas o inglês aparece como língua estrangeira obrigatória;
  • O ensino do espanhol é facultativo;
  • Em comunidades indígenas, o Ensino Médio poderá ser ofertado nas línguas maternas de cada povo
  • Cada município brasileiro também deverá manter ao menos uma escola com a oferta de Ensino Médio regular noturno. A condição é que haja demanda manifestada e comprovada por esse turno nas matrículas feitas junto às secretarias de educação.


Enem

O texto aprovado no Congresso Nacional previa que, a partir de 2027, fossem cobrados no Enem os conteúdos dos itinerários formativos (parte flexível do currículo à escolha do estudante), além daqueles da formação geral básica que já são cobrados. Aprovada durante a tramitação na Câmara dos Deputados, essa ideia havia sido retirada no Senado, mas acabou reinserida no texto final pelo relator, deputado Mendonça Filho (União-PE).


Ao vetar o trecho, o governo argumenta que a cobrança do conteúdo flexível “poderia comprometer a equivalência das provas, afetar as condições de isonomia na participação dos processos seletivos e aprofundar as desigualdades de acesso ao ensino superior”. O veto voltará para análise dos parlamentares, que poderão mantê-lo ou derrubá-lo.


A proposta já havia sido criticada publicamente por integrantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o Enem.


Pelos itinerários, o estudante pode escolher se aprofundar em determinada área do conhecimento, como matemática ou ciências. Atualmente, as escolas não são obrigadas a oferecer todos os itinerários, podendo definir quais ofertarão.


Após sucessivos ajustes, com idas e vindas entre as duas casas do Congresso e nove meses de tramitação, ao final, foi mantida a essência do projeto do governo federal, que era ampliar a parcela de conteúdos da formação básica curricular.


Itinerários formativos

A nova lei prevê menos liberdade nos itinerários formativos, que agora deverão seguir diretrizes nacionais, a serem elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). As disciplinas optativas no Ensino Médio deverão estar relacionadas a um dos seguintes itinerários formativos: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ou ciências humanas e sociais aplicadas. As diretrizes nacionais devem observar, ainda, especificidades da educação indígena e quilombola.

 
Os defensores da restrição apontaram a experiência mal sucedida em diversos Estados nos quais a ausência de padronização levou a uma ampliação de desigualdades.

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